14 agosto 2014

A Parábola da Figueira


A Parábola da Figueira

Norbert Lieth
"Aprendei, pois, a parábola da figueira: quando já os seus ramos se renovam e as folhas brotam, sabeis que está próximo o verão. Assim também vós: quando virdes todas estas coisas, sabei que está próximo, às portas. Em verdade vos digo que não passará esta geração sem que tudo isto aconteça. Passará o céu e a terra, porém as minhas palavras não passarão" (Mt 24.32-35).
Além da oliveira, da videira e do espinheiro, a figueira é uma ilustração de Israel, do judaísmo. Essas quatro "árvores" são mencionadas em uma passagem de Juízes (9.8-15). Além delas, também a romã é uma representação do povo judeu. Certamente a passagem bíblica que exprime com maior precisão que a figueira é uma ilustração de Israel está em Oséias 9.10, onde Deus, o Senhor, diz: "Achei a Israel como uvas no deserto, vi a vossos pais como as primícias da figueira nova..." É o que também se vê claramente em Jeremias 24.3-7: "Então, me perguntou o Senhor: Que vês tu, Jeremias? Respondi: Figos; os figos muito bons e os muito ruins, que, de ruins que são, não se podem comer. A mim me veio a palavra do Senhor, dizendo: Assim diz o Senhor, o Deus de Israel: Do modo por que vejo estes bons figos, assim favorecerei os exilados de Judá, que eu enviei deste lugar para a terra dos caldeus. Porei sobre eles favoravelmente os olhos e os farei voltar para esta terra; edificá-los-ei e não os destruirei, plantá-los-ei e não os arrancarei. Dar-lhes-ei coração para que me conheçam que eu sou o Senhor; eles serão o meu povo, e eu serei o seu Deus; porque se voltarão para mim de todo o seu coração."
Além disso, a figueira contém um sentido profético muito profundo, o que se vê claramente nas palavras proféticas de Jesus quando fala da Sua vinda: "Aprendei, pois, a parábola da figueira: quando já os seus ramos se renovam e as folhas brotam, sabeis que está próximo o verão. Assim também vós: quando virdes todas estas coisas, sabei que está próximo, às portas" (Mt 24.32-33).
A seguir vamos analisar a figueira Israel à luz profética da Bíblia, perguntando-nos o que podemos aprender dela: "Aprendei, pois, a parábola da figueira..." Três simbolismos chamaram a minha atenção e quero compartilhá-los a seguir:

Primeira representação: a figueira como mestre que ensina o caminho certo, o caminho para a justiça verdadeira, legítima e permanente

Onde a figueira (Israel) aparece pela primeira vez na Bíblia?

Talvez alguns leitores dirão que encontramos em Gênesis 12 o chamamento de Abraão como primeiro hebreu, seguido pelo seu filho Isaque e pelo seu neto Jacó, cujo nome foi mudado por Deus para Israel em Gênesis 32.28: "Então disse: Já não te chamarás Jacó, e sim Israel, pois como príncipe lutaste com Deus e com os homens e prevaleceste." É correto que o nome Israel aparece aqui pela primeira vez.
Mas eu creio que a figueira (Israel), na profundidade profética dos desígnios da salvação de Deus ("Aprendei, pois, a parábola da figueira..."), já aparece nas primeiras páginas da Bíblia, isto é, em Gênesis 3.7: "Abriram-se, então, os olhos de ambos; e, percebendo que estavam nus, coseram folhas de figueiras e fizeram cintas para si." Segundo o meu entendimento, encontramos aqui a primeira menção de Israel como figueira na Bíblia, ou seja, o Israel da lei, que apenas pode cobrir o pecado.
Além da árvore da vida e da árvore do conhecimento do bem e do mal (Gn 2.9), a figueira("...coseram folhas de figueira e fizeram cintas para si") é a única árvore do jardim do Éden mencionada pelo nome. Para mim, a menção da figueira já nas primeiras páginas da Bíblia (ao lado de inúmeras outras árvores paradisíacas criadas por Deus, cujos nomes não são citados) é uma gloriosa figura da eleição de Israel: "...o Senhor, teu Deus, te escolheu, para que lhe fosses o seu povo próprio, de todos os povos que há sobre a terra" (Dt 7.6).
Além da árvore da vida e da árvore do conhecimento do bem e do mal (Gn 2.9), a figueira ("...coseram folhas de figueira e fizeram cintas para si") é a única árvore do jardim do Éden mencionada pelo nome.
Adão e Eva haviam pecado e, em conseqüência, reconheceram que estavam nus. Então eles apanharam folhas de figueira e cobriram sua nudez com essas folhas. Entretanto, assim eles somente puderam cobrir a sua culpa, mas não puderam obter o perdão do seu pecado. Para isso foi necessário um sacrifício de sangue: "Fez o Senhor Deus vestimenta de peles para Adão e sua mulher e os vestiu" (Gn 3.21)Isso significa que Deus matou dois animais e, com sua pele, cobriu a nudez dos dois primeiros seres humanos. O sangue derramado nesse ato serviu para o perdão do pecado.
Portanto, já nas primeiras páginas da Bíblia é revelado profeticamente todo o Plano de Salvação. Ali ele ainda está envolto em mistério, mas no decorrer de outras revelações posteriores tornou-se cada vez mais nitidamente visível.
O que aprendemos disso?

1. As folhas da figueira apontam para uma outra salvação, que é melhor e mais perfeita

Em Hebreus 7.19 está escrito: ("...pois a lei nunca aperfeiçoou coisa alguma), e, por outro lado, se introduz esperança superior, pela qual nos chegamos a Deus." Mas quem é a esperança superior, acima da lei? O sacrifício providenciado por Deus em Jesus Cristo na cruz!
Segundo o meu entendimento, as cintas de folhas de figueira indicam a necessidade de uma vestimenta mais definitiva, que exigia um sacrifício com sangue, uma esperança superior. Depois que Adão e Eva pecaram, imediatamente souberam que estavam nus e que deviam cobrir-se: "...coseram folhas de figueira e fizeram cintas para si." Mas isso não foi suficiente diante do Deus santo. Por isso, cheio de misericórdia, Ele matou dois animais e "fez o Senhor Deus vestimenta de peles para Adão e sua mulher e os vestiu."
Exatamente este é o sentido e a finalidade de Israel no Plano de Salvação. A figueira Israel, do começo até o fim, aponta para a salvação superior em Jesus Cristo, o Grande Sacrifício da Justiça de Deus. Em Israel nos foi dada a lei. Mas por meio dela reconhecemos que somos pecadores e carecemos da graça de Deus. Outrora Adão e Eva tomaram as folhas da figueira, mas perceberam que essas cintas feitas por eles mesmos não podiam salvá-los do pecado que haviam cometido e que necessitavam de outra salvação.
Quase toda a Epístola aos Hebreus mostra que o antigo Israel, em todos os seus procedimentos, é uma indicação para Cristo; que todos os seus sacrifícios apontam para o perfeito sacrifício de Jesus na cruz, e que o sumo sacerdote judeu da Antiga Aliança é uma referência ao Sumo Sacerdote verdadeiro, definitivo e eterno: Jesus Cristo.
A figueira Israel, do começo até o fim, aponta para a salvação superior em Jesus Cristo, o Grande Sacrifício da Justiça de Deus.
Israel sob a lei aponta para a graça (Gl 3.24). Em Israel, sob a lei, os pecados puderam ser apenas cobertos (folhas de figueira). Mas pelo sacrifício de Jesus, com sangue – que maravilhosa boa nova de salvação!! – os pecados são perdoados e tirados. A respeito lemos em Hebreus 9.26: "...Ora, neste caso, seria necessário que ele tivesse sofrido muitas vezes desde a fundação do mundo; agora, porém, ao se cumprirem os tempos, se manifestou uma vez por todas, para aniquilar, pelo sacrifício de si mesmo, o pecado."

2. Pelas folhas da figueira vemos que as obras da lei não podem produzir a justiça que vale diante de Deus

Em nenhum lugar isso é demonstrado mais claramente do que na figueira Israel. Em todo o decurso da história desse povo, Deus mostrou a todo o mundo que a lei não pode salvar.
Mas justamente este é o grande problema de Israel até hoje, pois eles continuam pensando que podem ser salvos pelas obras da lei. A Bíblia, porém, ensina inequivocamente: "...por obras da lei, ninguém será justificado" (Gl 2.16). Em Gálatas 3.10 isso é expresso de maneira ainda mais precisa: "Todos quantos, pois, são das obras da lei estão debaixo damaldição..." O apóstolo Paulo dirigiu essas palavras profundamente sérias em primeiro lugar aos crentes na Galácia, que além da graça em Jesus Cristo ainda queriam assumir as leis do judaísmo. Como Adão e Eva ("...coseram folhas de figueira e fizeram cintas para si)", hoje muitos procuram alcançar o favor de Deus pela observância da lei ou de exercícios religiosos. Conheci, por exemplo, um homem que antes de se converter a Jesus orava o "Pai Nosso" 150 vezes por dia. Todos que fazem tais coisas se esforçam em vão, pois assim estão realmente "...debaixo da maldição". Diante disso, como soa maravilhosa a mensagem do sacrifício de Jesus na cruz: "Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se ele próprio maldição em nosso lugar (porque está escrito (Dt 21.23): maldito todo aquele que for pendurado em madeiro" (Gl 3.13) – "fez o Senhor Deus vestimenta de peles para Adão e sua mulher e os vestiu." Ele realizou uma salvação superior!
Hans Brandenburg disse certa vez:
O legalismo é o equívoco de trocar o diagnóstico pela terapia... Legalismo sempre é algo pela metade. Em geral o homem escolhe um ponto especial que está disposto a observar e guardar, e então se apóia na pressuposta observância dessa lei e negligencia a comunhão com Jesus.
Exatamente assim também Paulo se expressa quando fala da figueira Israel: "Porquanto, desconhecendo a justiça de Deus e procurando estabelecer a sua própria, não se sujeitaram à que vem de Deus" (Rm 10.3-4).
Qual é a sua situação? Você já aceitou a graça? No fundo, é tudo tão simples: basta ir ao Senhor Jesus Cristo e Lhe entregar toda a nossa vida. Na verdade, este já é o passo do arrependimento, quando reconhecemos: "Eu sou um grande pecador". É impossível mencionar todos os pecados que cometemos em pensamentos, palavras e ações durante nossa vida. Por isso, venha a Jesus Cristo com toda a sua vida e diga a Ele: "Eu sou um grande pecador. Senhor, eu preciso de Ti para toda a minha vida – para tudo que houve, para tudo que é, e para tudo que virá. Eu te aceito agora como meu Salvador". Então você experimentará repentinamente o que é salvação verdadeira – pois esta é a justiça em Jesus, a justiça que tem valor diante de Deus!
Já nas primeiras páginas da Bíblia a figueira nos é mostrada como uma ilustração de Israel, como um livro didático de Deus ensinando sobre a salvação verdadeira. Assim como as folhas de figueira de Adão e Eva indicavam o anseio de salvação – e mais além o sacrifício pleno e suficiente de Jesus Cristo –, Israel nos é dado como um exemplo que aponta para a graça redentora. Por meio deste povo nos é mostrado claramente o anseio por salvação e a satisfação desse anseio em Jesus Cristo.

Segunda representação: a figueira como mestre que ensina sobre a salvação

Já nas primeiras páginas da Bíblia a figueira nos é mostrada como uma ilustração de Israel, como um livro didático de Deus ensinando sobre a salvação verdadeira.
Em 2 Reis 20.5-7 o Senhor diz ao Seu profeta Isaías: "Volta e dize a Ezequias, príncipe do meu povo: Assim diz o Senhor, o Deus de Davi, teu pai: Ouvi a tua oração e vi as tuas lágrimas; eis que eu te curarei; ao terceiro dia, subirás à Casa do Senhor. Acrescentarei aos teus dias quinze anos e das mãos do rei da Assíria te livrarei, a ti e a esta cidade; e defenderei esta cidade por amor de mim e por amor de Davi, meu servo. Disse mais Isaías: Tomai uma pasta de figos; tomaram-na e a puseram sobre a úlcera; e ele recuperou a saúde."
O que aprendemos disso?

1. A figueira Israel existe para salvação

Israel é como uma pasta de figos, como remédio para a humanidade, para todas as nações. Mas não é em si mesmo que este povo é salvação e bênção sobre a terra. Israel só pode ser uma ajuda para um mundo enfermo por causa dAquele que vem de Israel e se tornou o sacrifício para o mundo: Jesus Cristo. Este já foi o desígnio de salvação de Deus com Abraão, quando falou ao patriarca de Israel: "...em ti serão benditas todas as famílias da terra." (Gn 12.3b). Jesus é o Salvador do mundo, mas foi o judaísmo que o trouxe ao mundo. Essa é a única razão de ser do povo judeu, do qual o Eterno de Israel fez vir Seu Filho Jesus Cristo para salvação do mundo inteiro!
Os botânicos descrevem a figueira da seguinte maneira:
– "Tem tronco retorcido com casca clara". Em si mesmo, Israel é torto e rebelde, mas resplandece por meio de Jesus Cristo. Tive que pensar em Moisés, que em si mesmo também era "torto". Mas quando retornava do encontro com Deus, "a pele do seu rosto resplandecia" (Êx 34.29).
– "A ramada se estende em todas as direções e tem folhas com cinco pontas". Israel se tornou salvação para todos os povos. O Evangelho foi anunciado primeiramente em Jerusalém, Samaria e Judéia, mas depois, partindo de Israel (figueira), – para todas as direções, para todos os povos. Folhas com cinco pontas: cinco é o número da graça. Uma pasta de figos foi colocada sobre a parte enferma do corpo de Ezequias e ele foi curado. Jesus teve cinco ferimentos que se tornaram a salvação do mundo.
Em Isaías 49.3 está escrito: "...e me disse: Tu és o meu servo, és Israel, por quem hei de ser glorificado" (Is 49.3). Aqui vemos a identificação de Israel com seu Filho maior, Jesus Cristo. A figueira Israel, em conexão com Jesus, o Messias, tornou-se a salvação para o mundo. Por isso está escrito mais adiante: "Sim, diz ele: Pouco é o seres meu servo, para restaurares as tribos de Jacó e tornares a trazer os remanescentes de Israel; também te dei como luz para os gentios, para seres a minha salvação até a extremidade da terra" (Is 49.6). Aqui a Palavra de Deus não se refere mais a Israel propriamente, mas Àquele que viria de Israel, a Jesus Cristo: "...pouco é o seres o meu servo, para restaurares as tribos de Jacó e tornares a trazer os remanescentes de Israel..." Pois Israel não poderia restaurar a si mesmo, nem poderia tornar a trazer os remanescentes de si mesmo. E como a figueira Israel em si mesma é torta, resplandecendo somente em seu Messias, assim também é evidente que as palavras seguintes se referem ao Filho maior de Israel: "...também te dei como luz para os gentios, para seres a minha salvação até a extremidade da terra". Por isso Jesus disse em João 4.22b: "...a salvação vem dos judeus."

2. Profeticamente parece que já se delineia também a futura salvação de Israel – seu próprio restabelecimento se avizinha

Voltemos novamente para o rei Ezequias, que já estava diante da morte, mas em lágrimas implorou a cura ao Senhor. Deus ouviu sua oração e ordenou a Isaías: "Volta, e dize a Ezequias, príncipe do meu povo: Assim diz o Senhor, o Deus de Davi, teu pai: Ouvi a tua oração e vi as tuas lágrimas; eis que eu te curarei; ao terceiro dia, subirás à casa do Senhor. Acrescentarei aos teus dias quinze anos e das mãos do rei da Assíria te livrarei, a ti e a esta cidade; e defenderei esta cidade por amor de mim e por amor de Davi, meu servo. Disse mais Isaías: Tomai uma pasta de figos; tomaram-na e a puseram sobre a úlcera; e ele recuperou a saúde" (2 Rs 20.5-7).
Assim como Ezequias, também Israel ainda terá que enfrentar angústia mortal. Pois no tempo da Grande Tribulação todas as nações da terra se voltarão contra Israel e se reunirão em Armagedom para destruí-lo totalmente. Mas então esse povo, em agonia, como Ezequias outrora, clamará ao Senhor com suas últimas forças: "Deus de Abraão, Isaque e Jacó! Nosso Messias, vem e salva-nos dos nossos inimigos!" Ele ouvirá Seu povo e o salvará – Israel poderá ir ao templo novamente (pois Jesus levantará o templo do Milênio) – Ele derrotará os inimigos de Israel e protegerá a cidade de Jerusalém.
A história de Ezequias se encaixa no contexto das afirmações de Deus sobre o futuro de Israel e da vinda de Jesus. Assim talvez já possamos ver, na pasta de figos, por meio da qual a saúde de Ezequias foi restabelecida, um paralelo da figueira restabelecida em Mateus 24: "Aprendei, pois, a parábola da figueira..." E a declaração: "...no terceiro diasubirás à casa do Senhor", é no mínimo interessante. Pedro disse: "Há, todavia, uma cousa, amados, que não deveis esquecer: que, para o Senhor, um dia é como mil anos, e mil anos, como um dia" (2 Pe 3.8). Desde a primeira vinda de Jesus a Belém já se passaram quase dois mil anos (dois dias divinos). Não é em vão que após 1948 anos Deus fez de Israel novamente um povo na Terra Prometida, e no ano de 1967 lhe devolveu a cidade de Jerusalém. Será que Israel subirá novamente à casa do Senhor no "terceiro dia"? Não sabemos o momento exato da vinda de Jesus para a Sua Igreja, nem o dia da Sua volta para Seu povo Israel. Mas vemos e presenciamos em nossos dias a restauração da figueira: Israel é conduzido em direção à sua cura. E nosso Senhor prometeu expressamente: "Em verdade vos digo que não passará esta geração, sem que tudo isto aconteça. Passará o céu e a terra, porém as minhas palavras não passarão" (Mt 24.34-35).

Terceira representação: a figueira como mestre que ensina sobre os desígnios proféticos da salvação de Deus

Em Lucas 17.5-6 lemos: "Então, disseram os apóstolos ao Senhor: Aumenta-nos a fé. Respondeu-lhes o Senhor: Se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a esta amoreira: Arranca-te e transplanta-te no mar; e ela vos obedecerá."
É preciso esclarecer que, conforme diversos autores, a árvore aqui chamada de amoreira é, na verdade, o sicômoro, a figueira brava, a mesma árvore em que Zaqueu subiu para ver Jesus (Lucas 19). Um dicionário da Bíblia diz a respeito: "O sicômoro pode atingir até 16 metros de altura e alcança uma circunferência de até 10 metros. A madeira é dura, uniforme e muito durável e, depois do cedro, é a melhor madeira para carpintaria."
Certa vez o Senhor Jesus apontou para esse fato ao dizer: "Portanto, vos digo que o reino de Deus vos será tirado e será entregue a um povo que lhe produza os respectivos frutos" (Mt 21.43).
O Senhor Jesus apontou para uma árvore tão grande e disse aos seus apóstolos, que eram judeus: "Se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a esta amoreira: Arranca-te e transplanta-te no mar; e ela vos obedecerá." Certamente podemos dizer que, no sentido profético, isso se cumpriu exatamente. Foi o que realmente aconteceu com a figueira Israel, que no tempo de Jesus havia se tornado um povo orgulhoso. Os israelitas foram desarraigados da sua pátria judaica e lançados no mar das nações. Este foi um desígnio de salvação de Deus e tornou-se uma bênção para os povos. Por meio da fé dos apóstolos, que eram judeus, descendendo eles mesmos da figueira, o Evangelho foi levado aos gentios.
A Bíblia fala em Atos 13.46-47 sobre essa transferência do Evangelho de Israel para as nações: "Então, Paulo e Barnabé, falando ousadamente, disseram: Cumpria que a vós outros, em primeiro lugar, fosse pregada a palavra de Deus; mas, posto que a rejeitais e a vós mesmos vos julgais indignos da vida eterna, eis aí que nos volvemos para os gentios. Porque o Senhor assim no-lo determinou (Is 49.6): Eu te constituí para luz dos gentios, a fim de que sejas para salvação até aos confins da terra." Ao desarraigamento espiritual de Israel seguiu-se, então, também o desarraigamento como nação: no ano 70 d.C. os judeus foram arrancados de sua terra e espalhados por todo o mundo.
Os apóstolos tiveram a fé para transplantar a bênção de Israel para o mar das nações. O Messias deles nos foi trazido como o Cristo. Certa vez o Senhor Jesus apontou para esse fato ao dizer: "Portanto, vos digo que o reino de Deus vos será tirado e será entregue a um povo que lhe produza os respectivos frutos" (Mt 21.43).
O que parecia juízo – e, com certas reservas, também o foi – tornou-se uma bênção para os gentios. Paulo fala a respeito em suas palavras aos judeus, e assim explica que, de acordo com Isaías 49.6, isso foi necessário para se tornar salvação e luz para todos os gentios. Enquanto o sicômoro foi transplantado ao mar das nações, nós nos tornamos participantes da "bênção e seiva salvadora" da figueira. A esse respeito Paulo diz em Romanos 11.11:"Porventura, tropeçaram para que caíssem? De modo nenhum; mas, pela sua transgressão, veio a salvação aos gentios..."
Mas Israel não continuará para sempre com suas raízes arrancadas. A palavra profética da Bíblia promete à figueira seu restabelecimento na terra dos pais – o que acontece desde 1948 e continuará acontecendo –, com o que também a bênção volta para a terra e para o povo de Israel.
Mas Israel não continuará para sempre com suas raízes arrancadas. A palavra profética da Bíblia promete à figueira seu restabelecimento na terra dos pais – o que acontece desde 1948 e continuará acontecendo –, com o que também a bênção volta para a terra e para o povo de Israel. A figueira novamente lançará raízes e trará frutos. Por isso Paulo continua dizendo: "Ora, se a transgressão deles redundou em riqueza para o mundo, e o seu abatimento, em riqueza para os gentios, quanto mais a sua plenitude!" (v. 12). Esse novo arraigamento da figueira Israel na sua terra para restauração espiritual e nacional também é salientado em Romanos 9.26: "eno lugar em que se lhes disse: Vós sois o meu povo; ali mesmo são chamados filhos do Deus vivo." De que lugar se fala aqui? Da terra de Israel!
Assim, finalmente tudo converge na gloriosa promessa de Miquéias 4.4: "Mas assentar-se-á cada um debaixo da sua videira e debaixo da sua figueira, e não haverá quem os espante, porque a boca do Senhor dos Exércitos o disse" (compare também Ageu 2.19).O sentar-se debaixo da videira e da figueira é uma maravilhosa imagem de uma vida em paz assegurada. Agora ainda não é assim, mas Israel será levado a isso – no Milênio de Jesus Cristo. Já o reinado de Salomão apontou para o Milênio, onde um dia reinará paz:"Judá e Israel habitavam confiados, cada um debaixo da sua videira, e debaixo da sua figueira, desde Dã até Berseba, todos os dias de Salomão" (1 Rs 4.25). Isso se cumprirá de maneira completa quando Jesus Cristo voltar ao Seu povo como o Messias de Israel. Por isso oramos: "Maranata – vem Senhor Jesus!" (Norbert Lieth -http://www.chamada.com.br)

A Espanha é um cemitério da igreja evangélica, analisa líder da Assembleia de Deus no país

fonte The Christian Post >

Embora tenha percorrido um longo caminho para abraçar o Evangelho, a Espanha traz alguns obstáculos aos protestantes, indica líder religioso.

Superintendente geral das Assembleias de Deus na Espanha, Juan Carlos Escobar relata que seu país virou um beco sem saída para os evangélicos.
Escobar diz que, com o passar dos anos, o cenário religioso espanhol mudou bastante, virando um "cemitério de pregadores, evangelistas e missionários".
Contudo, ele mostra esperança, e destaca que "eles não são cemitérios de morte, pois têm um terreno fértil para o Evangelho".
Dentro deste otimismo, ele antecipa que tem a intenção de aumentar o número de igrejas, implementando cerca de mil templos até 2020.
"A maior batalha espiritual que podemos fazer contra o diabo é plantar igrejas. [...] É uma agência de Deus", resume ele.
Ele acrescenta que após o período de "terra seca", agora ele crê em um "poder de ressurreição" das igrejas, visto que ainda há uma relativa expansão.
"Temos visto um crescimento incrível, só não é de forma explosiva, mas se sustenta. Algo me diz que a Espanha está no coração de Deus", afirma.
Contra a análise de Escobar, há o fato de que o protestantismo continua à sombra dos católicos, em evidente maioria entre os espanhóis.
De acordo com dados recentes, o catolicismo romano permanece como a religião predominante na Espanha, abrangendo 70,9% da população.
Por sua vez, os cristãos evangélicos exibem um índice bem menor, com menos de 1% dos quase 50 milhões de habitantes do país.
Visto que a população não-religiosa na Espanha é de 24,6% dos habitantes, as igrejas evangélicas ficam sob o dever de pensar em um plano de revitalização.

09 agosto 2014

EBOLA : motivo de preocupação no BRASIL E NO SUL ?

Ebola: motivo de preocupação no Brasil?

OMS declara surto no oeste da África emergência de saúde internacional. Portos e aeroportos no Brasil e no exterior estão em alerta e especialistas debatem a possibilidade de a doença chegar ao país e se tornar uma epidemia por aqui.
Por: Sofia Moutinho
Publicado em 08/08/2014 | Atualizado em 08/08/2014
Ebola: motivo de preocupação no Brasil?
Aeroportos são uma das principais portas de entrada de vírus e doenças nos países. Embora risco de que o ebola chegue ao Brasil seja baixo, ele existe, e especialistas divergem sobre possibilidade de uma epidemia. (foto: Digo Souza/ Flickr – CC BY-ND 2.0)
Uma epidemia fora de controle preocupa até quem está a quilômetros de distância, do outro lado do oceano. O atual surto de ebola que ocorre na África se espalha rapidamente sem respeitar fronteiras nacionais e já é o maior da história. Na Guiné, na Libéria, em Serra Leoa e na Nigéria, já fez mais de 1.700 vítimas e provocou 932 mortes em menos de um mês. Mas será que a doença pode chegar ao Brasil?
Hoje (08/08), a Organização Mundial da Saúde (OMS) elevou a epidemia de ebola à categoria de emergência de saúde de preocupação internacional. Na declaração oficial, a OMS ressalta a importância da cooperação entre os países para controlar a disseminação da doença e pede que as nações afetadas façam um rígido controle de suas fronteiras e aeroportos.
Segundo a organização, a transmissão entre fronteiras é uma realidade e o risco de a doença se espalhar por outras regiões da África é grande. Porém, a chance de o vírus cruzar oceanos é considerada baixa e não foram recomendadas restrições de viagem.
Segundo a OMS, a transmissão entre fronteiras é uma realidade e o risco de a doença se espalhar por outras regiões da África é grande. Porém, a chance de o vírus cruzar oceanos é baixa
Para o infectologista Edimilson Migowski, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a afirmação faz sentido até certo ponto. “O ebola só é transmitido a partir do momento em que o paciente apresenta os sinais e sintomas da doença, que incluem febre, fraqueza, dor muscular, vômito, diarreia, coceiras e sangramentos”, explica. “Dificilmente uma pessoa doente assim vai ficar transitando por aí ou pegar um avião para outro país.”
Porém, Migowski lembra que os primeiros sinais do ebola podem aparecer de dois a 21 dias após a exposição ao vírus. “Nada impede que uma pessoa infectada com o vírus sócomece a exibir o quadro clínico depois que já estiver em trânsito dentro de uma aeronave em uma viagem transatlântica”, pontua. “Nesse caso, existe algum risco de infecção para quem tiver contato direto com o paciente”, diz, ressaltando que não há vacina nem medicamento eficaz em uso contra o ebola, que é transmitido pelo contato com fluidos corporais do doente, como sangue, urina, sêmen, saliva, fezes, vômito e até suor. 

Alerta no ar

Todos os dias milhares de passageiros de conexões vindas dos países africanos em que ocorre o surto de ebola chegam ao Brasil. Somente no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, até seis mil pessoas que saem dessas áreas podem desembarcar diariamente em voos comerciais.
Mapa de casos de ebola
O mundo vive hoje o maior surto de ebola já registrado, com casos em vários países africanos, como Libéria, Guiné e Serra Leoa. (imagem: CDC)
O Ministério da Saúde informou hoje (08/08) em coletiva de imprensa que está seguindo as recomendações da OMS e não tomará no momento medidas de controle especial para viajantes ou meios de transporte que se dirijam a áreas afetadas ou que venham delas. Também não há recomendação de evacuação de brasileiros que estejam nessas zonas.
Apesar disso, fiscais sanitários da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em aeroportos e fronteiras estão em estado de alerta para detectar possíveis viajantes infectados. A Anvisa diz que poderá tomar novas medidas se a OMS alterar seu nível preocupação.
No caso de suspeita de passageiro infectado, a tripulação da aeronave é orientada a acionar as autoridades sanitárias em solo, e a Anvisa coloca em prática o plano de contingência já existente para qualquer possibilidade de infecção, que prevê o isolamento do viajante para avaliação de risco. Se descartada a infecção, o passageiro é liberado. Se confirmada, o viajante é encaminhado para um leito hospitalar isolado, para evitar a transmissão.
Não é a primeira vez que portos e aeroportos brasileiros entram em estado de vigilância. Em 2009, durante a epidemia global do vírus H1N1, que causa a chamada gripe suína, a Anvisa recomendou que passageiros com sintomas de gripe se encaminhassem voluntariamente aos agentes sanitários dos aeroportos. A orientação não foi suficiente para evitar a entrada do vírus no país, trazido inicialmente por dois turistas vindos do México. Segundo o Ministério da Saúde, foram registrados 5.206 casos da doença e 557 mortes em quatro meses, o que fez do Brasil o líder de óbitos pelo vírus no mundo.
O Centro para Controle e Prevenção de Doenças (CDC), órgão de vigilância sanitária dos Estados Unidos, adota medidas mais rigorosas. Além de recomendar que viajantes evitem as regiões epidêmicas do ebola, o CDC mantém agentes no oeste da África para evitar que passageiros doentes embarquem em aviões com destino à América do Norte. Os maiores aeroportos norte-americanos estão ainda equipados com câmeras térmicas capazes de identificar indivíduos com febre.
Câmara de isolamento
O Centro para Controle e Prevenção de Doenças (CDC), dos Estados Unidos, já tem montada nos aeroportos uma infraestrutura de isolamento para receber possíveis viajantes infectados com o ebola. (foto: CDC)
Migowski acredita que a segurança nas aeronaves também poderia ser aumentada pelascompanhias aéreas e sugere a distribuição de um formulário de controle entre os passageiros de voos vindos de áreas de risco e a implantação de equipamentos de proteção individual nos voos.
“Os aviões deveriam ter máscaras, óculos, gorros, equipamentos que poderiam ser usados para isolar e diminuir o contato direto dos fluidos corporais de uma pessoa suspeita de infecção”, diz. “E, com um formulário para os passageiros preencherem seus dados de contato, seria possível ter mais controle sobre a doença, caso detectassem depois do pouso que alguém do voo estava infectado.”

Epidemia possível?

Recentemente, em entrevista à AFP, o epidemiologista Peter Piot, que descobriu o vírus ebola em 1976, declarou acreditar ser impossível que a doença se torne uma epidemia caso chegue à Europa ou aos Estados Unidos, por se tratarem de países com a infraestrutura e a higiene necessárias para conter sua transmissão.
Migowski aponta que, em comparação com a gripe, o ebola é de mais fácil controle, porque não é transmitido pelo ar. É possível controlar a transmissão com práticas básicas de biossegurança, como o isolamento dos pacientes e o uso de equipamentos individuais de proteção. Além disso, a sua alta taxa de letalidade, que pode chegar a 90%, impede uma disseminação mais generalizada. “O doente de ebola não é portador crônico do vírus,como ocorre com o HIV e as hepatites B ou C; ele não fica por aí transmitindo”, diz. “Ele adoece e então ou se cura ou morre, não há muito tempo para disseminar o vírus para muitas pessoas.”
Roupas de proteção
A transmissão do ebola pode ser evitada com medidas básicas de biossegurança, como o uso de equipamento de proteção individual pelos médicos para evitar o contato com fluidos corporais do paciente. (foto: EC/ECHO – CC BY-ND 2.0)
O infectologista John Woodall, criador da rede on-line de monitoramento de doenças emergentes ProMed e ex-professor visitante da UFRJ, é menos otimista. Conhecido como ‘caçador de vírus’, o especialista, que esteve várias vezes na África estudando de perto a disseminação do ebola, não descarta a possibilidade de a doença chegar ao Brasil e se tornar uma epidemia por aqui.
“Um paciente infectado pode chegar a qualquer momento em um aeroporto e, se ainda não tiver desenvolvido sintomas ou não for logo colocado em isolamento, pode espalhar o vírus pela cidade e pelo hospital onde vier a ser atendido inicialmente”, conjectura. “Mas ainda existe a hipótese mais grave de a pessoa se dirigir ao interior do país e só desenvolver o sintoma quando já estiver instalada. Nesse caso, a doença vai se espalhar do mesmo modo que se espalha hoje na África, ou alguém pensa que a assistência à saúde no interior do Brasil é melhor do que lá?”
Woodall: Falhas no sistema público de saúde brasileiro, aliadas à dificuldade de diagnosticar o ebola, são umacombinação propícia para a instalação de uma epidemia
O pesquisador ressalta que as falhas no sistema público de saúde brasileiro, aliadas à dificuldade de diagnosticar o ebola, são umacombinação propícia para a instalação de uma epidemia. Os primeiros sinais da doença, como olhos avermelhados e erupções cutâneas, sãocomuns a muitas outras enfermidades e a confirmação do diagnóstico só é feita comexames laboratoriais específicos.
Ainda não existe cura para o ebola, embora algumas drogas experimentais estejam sendo desenvolvidas e tenham sido oferecidas a dois médicos norte-americanos recentemente em caráter compassivo. O tratamento padrão para a doença se restringe à tentativa de melhorar os sintomas por meio de hidratação do paciente, administração de anti-inflamatórios e controle da pressão sanguínea. Para evitar o contágio, a pessoa infectada deve permanecer em isolamento por até 30 dias após o diagnóstico.
Mesmo considerando a chegada do vírus ao país uma possibilidade remota, o Ministério da Saúde enviou nesta semana uma cartilha para as vigilâncias sanitárias e hospitais de referência estaduais sobre como proceder em casos suspeitos de ebola.

Sofia Moutinho
Ciência Hoje On-line - fonte UOL