UM DOMINGO CHUVOSO

 Em um dia de chuva no inverno, a manhã é diferente para quem se levanta cedo para ir à escola. Muitos reclamam do tempo ruim, mas também reclamam do sol e das nuvens. O ser humano parece ser ingrato com o que Deus lhe dá.

Há uma história antiga sobre um garoto e seu pai que, todos os domingos, saíam para evangelizar. Incansáveis, batiam de porta em porta, entregando folhetos e falando sobre o amor do Senhor Jesus. Cada domingo era único, pois encontravam pessoas que ouviam a mensagem e outras que nem sequer paravam ou abriam a porta. Mas isso não importava. O pai e o filho, os evangelistas, mantinham seu ritmo, sempre dispostos a anunciar o Senhor Jesus.


Certo domingo, o filho já estava pronto. Era um dia chuvoso, mas ele entrou no quarto do pai, penteado, com seu casaco e suas botas de chuva. Contente, com um sorriso nos lábios, ele disse:

— Pai, estou pronto para a missão! Vamos?

Nisso, um forte trovão estremeceu a velha casa. O pai virou de lado, fez um sinal com a boca para não fazer barulho, levantou-se e foi para a sala de estar, dizendo:

— Filho, hoje está chovendo muito e está frio. Vamos deixar para o próximo domingo?

O garoto fez uma cara de quem não entendia e disse:

— Mas, pai, as almas não se molham na chuva. Elas precisam de Jesus.

— Eu sei, filho — disse o pai, com um sorriso. Ele estava feliz com a preocupação do garoto, mas insistiu: — Hoje não.

A chuva apertava e fazia barulho no telhado da casa. O pai se levantou do sofá para pegar um balde para uma goteira e, olhando para o filho, disse: — Vá para o seu quarto.

O menino ficou triste com a negativa do pai, mas, mesmo assim, pegou alguns folhetos, colocou sua capa de chuva — que para ele era de super-herói — e disse: “Nem que seja apenas eu, mas eu vou.”

Ele se dirigiu à porta e seguiu para sua batalha dominical: evangelizar o bairro. Ele amava aquilo! Sorriso nos lábios, chuva, vento, folhetos dentro de uma pasta de couro. “Pronto, vamos em frente”, disse ele.

Na primeira casa, bateu, mas ninguém atendeu. Na segunda, também não. Não havia ninguém na rua. Ele continuava a bater nas portas, mas nada.

Em uma esquina, parou ao lado de um comércio e resolveu bater. Nada. Afinal, era domingo de manhã, quem estaria lá às oito horas? Mas ele insistiu e bateu de novo. Sem resposta. Pensou em ir embora, mas algo lhe dizia para bater novamente. Ele encontrou uma campainha e tocou. “Está funcionando!”, sorriu. Depois de uns cinco minutos de insistência, o garoto viu a porta se abrir. Era um homem alto, barbudo, usando apenas uma camisa branca suja, calças e pés descalços.

Quando viu o homem com a cara fechada, o garoto não hesitou. Com um largo sorriso, disse: “BOM DIA, SENHOR! O SENHOR ACEITA ESTE FOLHETO?” Estendeu a mão. O homem pegou o folheto sem dizer nada e o menino completou: “AH, E NÃO SE ESQUEÇA: JESUS TE AMA.” Então, ele se virou e voltou para casa.

À noite, na igreja onde seu pai era pastor, o culto já havia começado. A música envolvente se espalhava e os fiéis cantavam o hino número um, “Chuvas de Graça”. O culto prosseguia normalmente, com testemunhos, canções e a palavra de Deus. O pastor perguntou à igreja: “Há mais alguém que deseja contar um testemunho?”

Uma mão se levantou no fundo. O pastor, alegre, disse: “Passe aqui na frente, meu irmão.”

O homem, bem-arrumado, levantou-se e caminhou até a frente do púlpito. E disse:

“Boa noite a todos. Meu nome é Jeremias. Hoje pela manhã, tomei uma decisão: a de tirar minha própria vida.” A igreja fez um barulho de susto. “Peguei uma corda forte, amarrei em uma viga da minha casa e peguei uma cadeira. Quando subi e coloquei a corda em meu pescoço, ouvi uma batida na porta lá embaixo. A batida estava bem fraca. Pensei que era algo para me impedir de terminar com tudo, mas a batida continuava. Pensei comigo: se a campainha tocar, vou lá e dou uma bronca em quem está me atrapalhando.”


“A campainha tocou uma, duas, três vezes. Então, desci da cadeira e fui em direção à porta. Quando cheguei lá, vi uma criaturinha toda molhada me oferecendo um folheto e dizendo que Jesus me amava. Chorei o dia inteiro, li este folheto diversas vezes e vim aqui para aceitar Jesus.”

Era o menino que insistiu e não desistiu daquela alma. Houve alegria no céu e na igreja, que glorificava a Deus. O pastor abraçou seu filho e disse:

— Me perdoa por eu não ter ido com você?

— Claro, papai. Mas eu segui o que o senhor me ensinou: nunca desista de uma alma.

"Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho Unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna"

PR.JOÃO PAIM

SET/25

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