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05 maio 2015

Entrando em Sintonia nos Últimos Dias




Elwood McQuaid
Uma cadeira de dentista não é o lugar ideal para uma conferência sobre profecia bíblica. Uma boca cheia de instrumentos reduz a resposta de um paciente a grunhidos e a movimentos com os olhos, limitando profundamente sua habilidade de responder às perguntas do profissional encarregado dos reparos. E, para alguém como eu, que gasta uma considerável parte da vida imerso em assuntos relacionados com eventos do final dos tempos e que analisa muitos fatos e opiniões, ficar calado é um exercício doloroso.
Mas isso tem suas recompensas. Neste momento, a compensação veio na forma de uma observação feita por meu dentista, um profissional competente e, ao mesmo tempo, sintonizado com as questões contemporâneas.
“Com tudo o que estamos vendo ultimamente”, disse ele, “é correto dizer que estamos vivendo nos últimos dias?”
A pergunta em si não foi incomum. O que chama minha atenção é a freqüência com que essa pergunta tem sido feita nestes dias. Sem dúvida, cada vez mais crentes no Ocidente sentem-se carentes pela falta de ensino sobre o assunto nas igrejas e em outras fontes teológicas de informação.
Embora certamente estejamos vivendo nos últimos dias, não podemos determinar com segurança o quanto já estamos avançados nos tempos finais. O que vemos são indicadores ou, se quisermos, tendências que identificam precursores do cenário do final dos tempos apresentado nas Escrituras. Uma verificação séria a respeido de onde os eventos estão nos levando é imensamente prática e, na verdade, uma necessidade inescapável se os crentes quiserem se preparar para responder bíblica e espiritualmente aos desafios dos nossos dias. Já não podemos nos permitir pensamentos fantasiosos que substituem a realidade pela inclinação do momento, que ignoram os fatos e criam uma falsa sensação de segurança e de abundância contínua.

Definindo a fonte

Ninguém pode negar que a inerrância bíblica e os valores cristãos estão sendo atacados. Na foto, protesto em favor do aborto.
Ninguém pode negar que a inerrância bíblica e os valores cristãos estão sendo atacados. O nível desenfreado e impiedoso de escárnio, cinismo e ameaças ou ataques físicos contra os cristãos e suas propriedades aumentou consideravelmente. Em algumas sociedades está na moda perseguir cristãos e praticar um paganismo remodelado que glorifica sem limites a adoração secularizada.
Infelizmente, a Igreja não tem conseguido ficar fora dessa contaminação pela queda no vazio da incerteza que repudia ostensivamente a verdade emanada da única fonte confiável de que dispomos: a Palavra de Deus. O caso em questão é o ensinamento profético, que está rapidamente se tornando uma raridade em muitos grupos. Em vista dos atuais acontecimentos nacionais e internacionais, essa falha dificilmente pode ser ignorada. A profecia bíblica, dada por meio da revelação divina, é a única ligação criticamente confiável entre o presente e o futuro. Ela nos ilumina no que se refere a prioridades aplicáveis para o aqui e agora, ao mesmo tempo que nos fornece compreensão sobre o que está por vir. Já deveríamos ter aprendido que não há nenhuma garantia de certeza vinda das vozes dos “especialistas” em praticamente qualquer campo que queiramos mencionar.
Por exemplo, quando o preço do petróleo subiu e as pessoas ainda suficientemente afortunadas por terem um emprego pensavam em como poderiam ir de carro para o trabalho, os especialistas disseram: “Acostumem-se! Os preços da gasolina nunca irão baixar. Estamos finalmente nos aproximando do que as pessoas pagam em outras partes do mundo, e é assim que vai ficar”. Bem, os preços caíram; ninguém, nem mesmo os entendidos, predisseram o futuro com exatidão.
De maior significação ainda foram os fracassos dos prognosticadores sobre os assuntos externos. No dia do Natal de 1991, após 70 anos de forte opressão e 50 anos de uma Guerra Fria amarga contra o Ocidente, a bandeira com a foice e o martelo da União Soviética foi baixada no Kremlin. Alguns especialistas proclamaram entusiasticamente que a nova Rússia seria governada por líderes ansiosos pela liberdade e pela amizade com seus benfeitores ocidentais. A democracia era a onda do futuro, diziam eles. Bem, eles estavam errados. Quando o colosso cambaleante readquiriu seu equilíbrio sob Vladmir Putin, o imperialismo retornou; e uma Guerra Fria remodelada foi reiniciada.
Quando a Rússia cambaleante readquiriu seu equilíbrio sob Vladmir Putin, o imperialismo retornou; e uma Guerra Fria remodelada foi reiniciada.
Uma miríade de outros exemplos poderia ser citada, comprovando a inabilidade freqüentemente dispendiosa dos seres humanos em preverem o futuro. Mas temos, sim, um intérprete preciso do que está por vir – uma junção de profecia e história que sabemos estar correta. Para fins de clareza e de nosso propósito, devemos voltar nossa atenção para a Bíblia e os indicadores que nela foram deixados para nós.

Sinais dos tempos

Várias tendências atuais fornecem visões sobre quanto já estamos adiantado no final dos tempos.

A imagem em vez da substância

Dentre os grandes males de nossos dias está a tomada de decisões superficial e agressiva baseada na aparência e não na substância comprovada. Essa condição tem sido amplamente promovida pela televisão e por sua capacidade de criar a ilusão de substância por meio de imagens atraentes. Em muitos aspectos, portanto, estamos nos tornando pessoas orientadas pela imagem, com curtíssimos períodos de atenção.
O ápice desse processo se relaciona à descrição do Anticristo em Apocalipse 13 e outras passagens. Ele é descrito como adorado, eloqüente, consumido pela luxúria do poder, e obcecado por apresentar-se como um novo messias:
Quem é semelhante à besta [Anticristo]? (...) Foi-lhe dada uma boca que proferia arrogâncias e blasfêmias (...) Deu-se-lhe ainda autoridade sobre cada tribo, povo, língua e nação; e adorá-la-ão (...) o qual se opõe e se levanta contra tudo que se chama Deus ou é objeto de culto, a ponto de assentar-se no santuário de Deus, ostentando-se como se fosse o próprio Deus” (Ap 13.4-5,7-8; 2 Ts 2.4).
Será construída uma imagem desse ditador final, e ao mundo será ordenado que se ajoelhe perante ela em adoração. Essa é a exibição clássica da suprema incorporação satânica de absoluto narcisismo que milhões aceitarão por sua própria vontade.

O mergulho na apostasia

Ninguém, de nenhum modo, vos engane, porque isto [a Segunda Vinda do Senhor] não acontecerá sem que primeiro venha a apostasia e seja revelado o homem da iniqüidade, o filho da perdição” (2 Ts 2.3).
A preparação para a chegada do Anticristo é o “abandono” da fé verdadeira. É uma forma de apostasia, uma condição na qual as pessoas que têm a informação correta sobre Deus e Sua verdade se afastam dela, negando e repudiando-a.
Hoje, o mundo está se afastando mais rapidamente do que nunca do cristianismo ortodoxo, avançando para uma fusão com todas as formas de religiões e seitas. Como disse o rei Abdullah, da Arábia Saudita, isso acontece sob a bandeira da fé em “um só Deus”. Essa posição não é nada mais que o politeísmo redelineado e institucionalizado. E, no âmago desse sistema de inclusão e negação, estão (1) a rejeição vigorosa ao Evangelho e (2) a supressão militante de todos os indivíduos e grupos comprometidos em proclamá-lo conforme o mandado da Grande Comissão de Jesus para Sua igreja. Avolumam-se as evidências de que estamos nos movendo em direção a uma religião mundial única – exceto, logicamente, a do Deus único e verdadeiro. Portanto, podemos apenas concluir que estamos avançando na direção da apostasia profetizada.

A loucura materialista

Ondas de choque pelas recentes revelações a respeito da corrupção, do engano e da roubalheira no mundo das altas finanças ainda reverberam nos mercados globais. A ganância, tanto corporativa quanto individual, tornou-se a essência do jogo; e poucos parecem entender porquê. Surpreendeu-me quando um comentarista da televisão realmente colocou seu dedo na ferida. Dizendo que não era, em hipótese alguma, um pregador, ele, entretanto, afirmou que sentia ter de admitir que a falência da cultura com relação a valores morais era o principal fator subjacente dos negócios ilícitos dos gananciosos. Uma exclamação que se ouve com freqüência é a afirmação do apóstolo Paulo: “Porque o amor do dinheiro é raiz de todos os males” (1 Tm 6.10).
A falência da cultura com relação a valores morais é o principal fator subjacente dos negócios ilícitos dos gananciosos. Na foto, o milionário Bernard Madoff sai do Tribunal federal após uma audiência de fiança em Nova Iorque.
O golpe de nocaute para o mundo material do final dos tempos está descrito em Apocalipse 18, quando “Babilônia, a grande”, o centro e símbolo de um sistema global sem Deus, experimentar a taça cheia da ira de Deus: “porque os seus pecados se acumularam até ao céu, e Deus se lembrou dos atos iníquos que ela praticou” (Ap 18.5).
É interessante que aqueles que são mais afetados pelo colapso de seu sistema corrupto são chamados de “os mercadores da terra”, que “sobre ela, choram e pranteiam... porque já ninguém compra a sua mercadoria. O fruto sazonado, que a tua alma tanto apeteceu, se apartou de ti... Os mercadores destas coisas, que, por meio dela, se enriqueceram, conservar-se-ão de longe, pelo medo do seu tormento, chorando e pranteando” (Ap 18.11,14-15).
Está próximo o dia do acerto de contas por causa da submissão geral ao materialismo. O mundo está se movendo sistematicamente nessa direção.

A supressão de Israel

O Dicionário Webster define supressão como “ato de excluir intencionalmente da consciência um pensamento ou sentimento”.
As más intenções dos inimigos de Israel e do povo judeu não poderiam ser mais claramente afirmadas, exceto pelo que consta nas Sagradas Escrituras. O desejo mais profundo dos fanáticos da guerra santa [jihad] e de seus companheiros é reduzir Israel a uma mera mancha na memória da história do Oriente Médio. Foi por isso que eles apagaram Israel de todos os mapas árabes e palestinos. Revisionistas reescrevem a história e têm prazer em afirmar que nunca houve um Holocausto, que nunca houve um número significativo de judeus em Israel, que templos judeus nunca foram construídos no Monte Moriá, que nenhum Estado Judeu moderno deveria existir. Em outras palavras, para eles Israel é uma criação fantasmagórica que serve apenas para ser destruída e depois esquecida.
Infelizmente, a luta do pequeno Israel pela sobrevivência continuará e será acelerada até que o último capítulo seja escrito: “Porque eu ajuntarei todas as nações para a peleja contra Jerusalém” (Zc 14.2).
Mas as ambições sinistras das nações que se enraivecem contra Deus, Sua cidade, e Seu povo judeu não serão realizadas: “Então, sairá o Senhor e pelejará contra essas nações, como pelejou no dia da batalha” (Zc 14.3).
Esses relances de profecias são marcadores na progressão em direção aos dias finais que levam à consumação dos séculos. Mas, em vez de se tornarem fonte de depressão e medo, eles se firmam como implementos de discernimento e segurança de que há um fim à vista para os excessos pecaminosos que cobrem a paisagem global de imundície. Além do mais, recebemos essa informação de um Deus que promete não nos afligir com o desconhecimento sobre nosso tempo e o futuro.
A linha de chegada está á vista? Vivemos realmente nos últimos dias? Num sentido mais amplo, cada dia poderia ser o último dia dos últimos dias antes de ouvirmos o chamado que nos levará à presença de Deus. Conseqüentemente, estamos “aguardando a bendita esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus” (Tt 2.13).
Creio, pessoalmente, que estamos vivendo os últimos dias? Sim, estou convencido de que já estamos avançados em tais dias. Tal convicção vem de observar as tendências desenvolvendo-se rapidamente, tendências que correspondem ao que a Palavra profética nos ensina. Não, não sabemos o dia ou a hora; mas temos as promessas dEle e as evidências diante de nós. Ora, “Vem, Senhor Jesus!” (Ap 22.20).(Elwood McQuaid - Israel My Glory -http://www.chamada.com.br)

19 agosto 2013

CONSPIRAÇÃO MUNDIAL EXISTE MESMO? tire suas duvidas .


Existe uma Conspiração Mundial?

O chamado à sobriedade

Quando a Bíblia fala dos acontecimentos dos últimos tempos encontramos sempre o chamado à sobriedade e à cautela. Por exemplo, em 1 Tessalonicenses 5.6: “Não durmamos, pois, como os demais, mas vigiemos, e sejamos sóbrios!” (ACF). Em 1 Pedro 1.13 está escrito: “Portanto, cingindo os lombos do vosso entendimento, sede sóbrios, e esperai inteiramente na graça que se vos ofereceu na revelação de Jesus Cristo!” (ACF).Justamente os acontecimentos dos últimos tempos podem gerar uma grande insensatez entre os crentes, até mesmo por meio de um falso anseio sensacionalista piedoso e da constante ocupação com o mal.
O perigo de esperar pelo fim dos tempos sem a devida sobriedade havia vitimado a igreja em Tessalônica, ainda que de outra forma. Por isto Paulo escreve em 2 Tessalonicenses 2.2: “…que não vos movais facilmente do vosso entendimento, nem vos perturbeis, quer por espírito, quer por palavra, quer por epístola, como de nós, como se o dia de Cristo estivesse já perto. Thomas Smith traduz esta passagem da seguinte forma:[1] “Não permitam que sua impressão pessoal lhes tire o equilíbrio e a sensatez e os impeça de avaliar este importante assunto com base na verdade”. Precisamos agir desta forma em relação a todas as teorias conspiratórias que já causaram tanto pânico e inquietação não bíblica.
Devemos ser sóbrios e não permitir que nos tirem o equilíbrio e a sensatez. Mas como surgem as teorias conspiratórias? Este tipo de teoria tem um núcleo de verdade. Em seguida fatos isolados são arrancados de seu real contexto e combinados entre si mediante especulações impossíveis de serem provadas – e muitas vezes habilmente misturadas a meias verdades ou distorções da verdade. Forma-se uma construção que não pode ser comprovada nem refutada. Mais precisamente, trata-se de uma construção de fé.
É verdade que um terço dos signatários da Declaração de Independência dos EUA, era maçons. Mas ninguém diz que estes maçons eram minoria entre aqueles que assinaram a declaração.
Foi, por exemplo, o caso dos signatários da Declaração de Independência dos EUA. É verdade que um terço deles, mais precisamente 13 de 39 pessoas, era maçons.[2] Mas ninguém diz que estes maçons eram minoria entre aqueles que assinaram a declaração. Também é verdade que uma série de presidentes americanos foram maçons. Este núcleo de verdade é combinado então com a afirmação totalmente impossível de ser provada de que os maçons controlam os EUA desde sempre e há muito tempo também a política mundial. Devemos ser sóbrios diante destas coisas e não nos deixar arrastar por qualquer tipo de especulação.
Uma segunda característica de muitas teorias conspiratórias é a citação de fontes secundárias. Não é feita uma pesquisa sobre o que a OMS realmente decidiu em relação à gripe A e as etapas da epidemia, mas há referências a outros especialistas e fontes escritas que afirmam uma ou outra coisa. Isto por si só é suficiente para questionar a veracidade dos fatos conforme são apresentados.[3]
Eu disse há pouco que as teorias conspiratórias são, no fim das contas, uma construção de fé fechada em si mesma. Isto fica claro na forma como lidam com críticas de bom senso. Quem questiona as teorias conspiratórias é visto como ingênuo e inexperiente por aquele que acredita nelas. Ou é considerada simplesmente uma pessoa manipulada, sem que tenha percebido isto. Possivelmente esta pessoa atrairá para si a suspeita de ser ela mesma parte da conspiração. Desta forma, elimina-se a base para qualquer tipo de discussão sensata. Se alguma parte da teoria conspiratória se mostrar como falsa, supostamente isto é parte do disfarce e do jogo de confusão promovido pelos conspiradores. Mas a Bíblia nos chama à sobriedade!
Ao olhar com atenção, a maioria dos fatos misteriosos das conspirações acaba tendo uma explicação simples e racional. Por exemplo: os especialistas em conspirações afirmam que os atentados do 11 de Setembro não foram promovidos pelo Islã, mas pelos EUA, pela maçonaria mundial e pelo serviço secreto de Israel. Por isto o Pentágono não foi atacado por um avião, mas por um míssil de cruzeiro. Como prova alega-se que os EUA não liberaram as gravações das câmeras do circuito interno dos serviços secretos. Aparentemente há algo a ser escondido.
Basta ler um pouco a respeito dos serviços secretos americanos para saber que a ocultação de material relativo à segurança nacional é algo totalmente normal nos EUA. Os americanos reagem de forma histérica quando se trata da segurança nacional. Isto já foi assim no passado. Por causa disto, outros incidentes militares deram origem a especulações sobre a derrubada de alienígenas, como, por exemplo, o caso Roswell, em 1947. Apesar de, em 1997, o país ter publicado documentos sobre este incidente que deixavam claro que se tratava da queda de um balão de medição militar secreto, os conspiradores afirmam até hoje que uma nave alienígena tinha sido abatida. De volta ao 11 de Setembro, o simples argumento de que os EUA não liberam as gravações do atentado devido ao seu princípio de segurança nacional é considerado insuficiente. E, por isto, afirma-se que os americanos teriam algo a esconder.
Outra observação a respeito da sobriedade: a origem de grande parte das teorias conspiratórias pode ser associada a quatro fontes principais:
  1. Fontes socialistas de ideologia esquerdista;
  2. Fontes nacional-socialistas da direita radical;
  3. Fontes esotéricas;
  4. Fontes islâmicas;
O exemplo do 11 de Setembro mostra com clareza como estas quatro fontes diferentes acreditam firmemente em uma conspiração. Especialmente o limite entre a direita radical e o esoterismo é volátil. O nacional-socialismo era totalmente permeado por conceitos esotéricos. Esta afirmação não se baseia apenas nos meus próprios estudos sobre o assunto. Há cerca de vinte anos, ao tratar do movimento new age, Dave Hunt já havia estabelecido uma relação entre a ideologia marrom e o esoterismo.
São, em parte, os mesmos especialistas que falam de experiências com OVNIs e também dos aparentes bastidores da conspiração mundial.
Além das teorias conspiratórias esotéricas, o limite entre os ufólogos e os teóricos das conspirações também é volátil. São, em parte, os mesmos especialistas que falam de experiências de tirar o fôlego com OVNIs e também dos aparentes bastidores da conspiração mundial.
Falei antes das quatro fontes principais das teorias conspiratórias. Uma quinta fonte, citada com menos freqüência, são as revelações de católicos conservadores, que relatam uma suposta infiltração da maçonaria na Igreja Católica no contexto da conspiração mundial. Neste ponto quero chamar atenção para o fato de que um ou outro jesuíta alertou para uma suposta conspiração mundial de maçons e judeus. Estas fontes ultracatólicas também são levianamente aproveitadas por cristãos adeptos de teorias conspiratórias, que as usam ao invés de questionar profundamente que tipo de objetivo estaria sendo perseguido por meio delas. Será que forças, que no passado não hesitavam em usar qualquer tipo de intriga política ou inquisição para conseguir poder e domínio para si mesmas, hoje realmente teriam interesse em revelar quem são os verdadeiros conspiradores do mundo? Ou será que estão jogando bombas de fumaça para desviar a atenção das suas próprias ambições de poder?
Mais uma observação sobre as teorias conspiratórias e a sobriedade recomendada: nestes quatro sentidos há, normalmente, dois culpados principais nas conspirações mundiais:
  1. Por um lado, os EUA são a causa de todo o mal, ou, nas palavras do Islã, Satanás.
  2. O mau judaísmo mundial ou o Estado de Israel, que conduzem os EUA e a maçonaria.
É neste ponto que os crentes devem escutar o som de alarmes e isso com todo o cuidado.
Quero fazer quatro breves comentários sobre a transformação dos EUA em alvo principal das teorias conspiratórias. Se o reino anticristão deve surgir das cinzas do Império Romano mundial, como crêem muitos intérpretes da Bíblia, os EUA não desempenharão papel decisivo no final. Esta possibilidade já foi indicada por Dave Hunt há cerca de vinte anos, no livro “Global Peace and the Rise of Antichrist” (A Paz Global e o Surgimento do Anticristo”, em tradução livre).
Em segundo lugar, quero mencionar que renomados observadores da situação mundial, como por exemplo Peter Scholl-Latoure, identificam que os EUA passaram pelo ápice do seu poder há algum tempo e agora se encontram num caminho de decadência. Até agora, os EUA só conseguiram passar pela crise mundial com ajuda da China, já que esta dispõe de longe das maiores reservas de moeda em todo mundo (2.650 bilhões de dólares)[4]. Também não é segredo que, apesar da crise mundial, os EUA olham com preocupação para a Europa e tentam fazer de tudo para impedir que a Europa se levante.
Agora os EUA são responsabilizados por todo o mal. Mas isto será verdade? Lembremos do pensamento neomarxista do movimento de 68, na região de fala alemã. É perfeitamente conhecido que era impulsionado pela chamada Escola de Frankfurt, e não pela Escola de Nova Iorque.
Por um lado, suspeita-se que os EUA sejam o charco de todas as intrigas conspiratórias maçons, que submetem também a Europa. Por outro lado, podemos reconhecer um perigo óbvio na crescente islamização do mundo ocidental. Mas como explicar esta evolução tão contraditória se os destinos são supostamente guiados pela maçonaria ou por uma outra sociedade secreta?
Permita-me uma última pergunta neste contexto: se maçons, Bilderberger & cia conduzem a política mundial e manipulam a população mundial há anos e décadas, por que já não instalaram seu governo mundial há muito tempo? Oportunidades não faltaram, a começar pelo fim da Segunda Guerra Mundial ou mesmo pela queda do bloco soviético.

O chamado à autenticidade

Em Romanos 13.12, Paulo nos conclama a, em vista da hora avançada, deixar as obras das trevas e vestir as armas da luz. As armas da luz, sem dúvida, incluem também a verdade e a autenticidade, ainda que não estejam explicitamente mencionadas no texto. Mas encontramos em muitos outros trechos a constante advertência à autenticidade.
Como já mencionamos, quase todos os livros reveladores estão baseados em especulações e conclusões habilmente extraídas de fatos aleatórios. Uma análise mais detalhada mostrará que isto também acontece no caso de livros cristãos que pretendem revelar a maçonaria no mundo. Há muitas conclusões e especulações, mas poucas coisas que realmente podem ser provadas. Não se trata de enfeitar a sedução e a decadência dentro do cristianismo, mas da afirmação não comprovável de que a maçonaria mundial esteja por trás de tudo que leve a estes acontecimentos.
Neste contexto, no entanto, não encontramos apenas especulações, mas também supostos fatos que se revelam ser simplesmente informações erradas e inverdades. Como exemplo quero citar o suposto símbolo dos Illuminati na cédula de um dólar. Eu mesmo tive de encarar o fato de ter transmitido informações inverídicas em várias ocasiões.
Diversos livros cristãos supostamente reveladores afirmam que esta é a pirâmide dos Illuminati, o sinal da sociedade mundial.
Diversos livros cristãos supostamente reveladores afirmam que esta é a pirâmide dos Illuminati, o sinal da sociedade mundial. A inscrição latina significaria: “Nova ordem mundial” ou “Por uma nova ordem mundial”, justamente o objetivo do governo mundial secreto que supostamente já existe hoje.
Mas os fatos mostram que nem a descrição como pirâmide dos Illuminatinem a tradução da inscrição latina estão corretos. Não se tem mesmo certeza de que haja qualquer relação entre este símbolo e a maçonaria. Seguem alguns fatos a respeito.
O único ponto em comum entre os EUA e a ordem dos Illuminati que pode ser comprovado é o ano da sua fundação: 1776. Aí está a sementinha de verdade comum a tantas teorias conspiratórias. Mas este ano de fundação também é a única coisa que os Illuminati têm em comum com os EUA. A sociedade não foi fundada na América, mas em Ingolstadt (Baviera, Alemanha), por Adam Weishaupt. Isto aconteceu numa época em que não era possível dar um pulinho de avião nos EUA nem havia outras possibilidades de conexão. O grupo incluía pessoas como o Barão von Knigge e Franz Xaver von Zwack, entre outros. Mas esta sociedade secreta rapidamente foi abalada por discórdias e ciumeiras, o que levou à saída de von Knigge em 1784, apenas oito anos depois da fundação do grupo. A sociedade secreta foi proibida no mesmo ano pelo barão bávaro Karl Theodor e provavelmente terminou em 1785.[5]
Em 1896/97 Leopold Engel, maçom de Dresden e escritor ocultista, tentou reorganizar a ordem dos Illuminati. Somente em 1925 ele convocou o concílio mundial da ordem dosIlluminati e depois ela foi – acredite se puder – extinta definitivamente pelos nazistas, em 1933 e nunca mais ressurgiu. Até aqui, dados históricos. A dissolução pelos nazistas não foi mero acaso, nem tentativa de ocultação. Hitler e Himmler estavam convencidos da conspiração mundial dos maçons, que eles combatiam com todos os meios possíveis. A conspiração mundial era um dos pilares do nacional-socialismo e da Ordem da SS.[6]
A única coisa que se sabe a respeito dos Illuminati é que tentaram, sem sucesso, infiltrar-se nas lojas maçônicas na Alemanha e na Europa. A influência sobre os EUA é impossível de ser comprovada historicamente.[7] De acordo com as minhas pesquisas, as teorias conspiratórias que atribuem o símbolo da cédula de um dólar aos Illuminati começaram somente depois da Segunda Guerra Mundial. Isto dá o que pensar. Mas o divulgador de teorias conspiratórias William Guy Curr cometeu um erro ainda mais grave em seus livros. Ele afirma que a pirâmide foi incluída no brasão dos EUA e, com isto, na cédula do dólar, por meio de Henry A. Wallace (vice-presidente dos EUA na gestão de Franklin D. Roosevelt), suposto membro dos Illuminati. Mas isto não é possível, visto que Wallace nasceu em 1888, sendo que o brasão dos EUA já fora finalizado em 1776, ou seja, 112 anos antes do seu nascimento.
Não é nem mesmo possível comprovar que este sinal sequer tenha relação com a maçonaria, como é freqüentemente afirmado. Possivelmente seja até mesmo um símbolo cristão. Os treze degraus da pirâmide simbolizam os treze Estados fundadores dos EUA. A pirâmide incompleta faz referência aos Estados ainda não organizados dos EUA. O olho dentro da pirâmide flutuante é um antigo símbolo cristão, encontrado em algumas igrejas. A pirâmide possivelmente só foi introduzida na maçonaria em um período tardio, depois de 1863,[8] ou seja, muito tempo depois da fundação dos EUA. Não há uma única fonte histórica que comprove uma relação entre o brasão americano e a maçonaria. De acordo com as pesquisas do Pr. Reinhard Möller, até mesmo as lojas norte-americanas, que são sempre muito abertas sobre as suas relações, se distanciam deste símbolo.
Há alguns anos, um irmão quis me convencer de que numa imagem ampliada seria possível ler a sigla CVJM (conhecida no Brasil como ACM – Associação Cristã de Moços) numa das pedras da pirâmide e que, por isto, esta organização também faria parte da maçonaria mundial. Na verdade não existe inscrição nenhuma nas pedras, é possível ver alguns padrões pontilhados.
Agora sobre a inscrição: “Nova Ordem Mundial”, ou “Ordem dos Novos Mundos”. Aqui a tradução simplesmente trapaceou. Na verdade a inscrição diz “Novus Ordo Seculorum”, o que significa algo como “Nova ordem dos séculos”, mas não “Nova Ordem Mundial” ou “Por uma nova ordem mundial”. Trata-se de uma citação do poeta romano Virgílio, do ano 40 a.C. Com a fundação do novo país, os pais dos EUA queriam criar uma ordem religiosa, política e social exemplar, em contraste com a escravidão e as muitas perseguições religiosas na Velha Europa. Também queriam que sua Constituição os separasse definitivamente da Inglaterra. Podemos excluir assim o pensamento da busca por um governo mundial.[9]
Acho que isto é suficiente. Seja como for, estas teorias falsas como o suposto sinal dosIlluminati não têm nada que ver com as armas da luz e a verdade relacionada a elas. Como cristãos devemos evitar estas coisas inventadas, afastando-nos delas.
Houve e ainda há muitos maçons ativos na política, mas não há indícios de uma política mundial maçônica uniforme.
Uma obra básica sobre sociedades secretas mostra que houve e ainda há muitos maçons ativos na política, mas que não há indícios de uma política mundial maçônica uniforme. Mesmo a assim chamada loja mundial deve fazer parte do reino das lendas. Muitas lojas continentais estão até mesmo em conflito por causa de suas convicções totalmente divergentes. A loja inglesa monarquista é um grande contraste à maçonaria francesa e às ênfases defendidas por esta.[10]
Neste contexto também precisamos ser muito cautelosos ao chamar alguém de maçom ou coisa parecida. Especialmente quando não há provas irrefutáveis e as suposições e especulações foram expressas por auto-denominados especialistas. Às vezes fico espantado com a leviandade e superficialidade com que mesmo grupos fiéis à Bíblia lidam com a verdade.
Há alguns anos alertei um irmão que se ocupava com as teorias conspiratórias e a maçonaria mundial sobre erros factuais e informações erradas, mas ele apenas respondeu: “Pode até ser, mas ainda assim acredito que a teoria conspiratória esteja certa”. Como eu disse: trata-se de um verdadeiro sistema de crenças. (Johannes Pflaum -http://www.chamada.com.br)