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20 agosto 2017

Paz e Segurança: um Direito de Israel




Paz e Segurança: um Direito de Israel

Elwood McQuaid
Fica cada vez mais claro que a maior barreira a impedir a paz entre Israel e os palestinos não é a alegada recusa de Israel em fazer concessões e atender às exigências árabes. Na realidade, quanto mais Israel oferecia (sob o governo de Barak), mais os palestinos exigiam.
Em Hebrom – uma localidade em que 450 judeus vivem em meio a 130.000 palestinos – os residentes judeus permaneceram em um virtual estado de sítio depois que as tropas israelenses foram retiradas da Cisjordânia. Os vizinhos árabes não interpretaram a "paz" como sendo uma razão para conceder aos judeus o direito básico a algum grau de tranqüilidade para eles e suas famílias. A pressão para que todos os judeus fossem expulsos foi constante.
Os habitantes de Belém também têm tido sua parcela de problemas desde que a cidade do nascimento de Jesus foi passada às mãos de Yasser Arafat e dos palestinos. Muitos cristãos árabes se sentiram constrangidos a fugir ou enfrentaram a ira de elementos islâmicos radicais. As alterações na população de Belém foram dramáticas. A proporção, que era de 80% de cristãos e 20% de muçulmanos, simplesmente se inverteu: hoje são 20% de cristãos e 80% de muçulmanos.
O fato de Arafat não ter negociado de boa fé é agora uma realidade concretamente visível, que não pode mais ser minimizada pelos seus defensores como sendo apenas uma exibição de rancor árabe [por supostas injustiças sofridas].
No final das contas, chegamos a uma conclusão inescapável: a atual liderança da Autoridade Palestina (AP) e a vasta maioria dos líderes islâmicos querem Israel fora da terra que eles reivindicam como propriedade exclusiva dos seguidores de Alá. Essa motivação, que é pouquíssimo entendida no mundo ocidental, constitui um elemento fundamental na atual reivindicação de Arafat e de líderes muçulmanos radicais: que o objetivo final tem de ser o de ganhar toda a Palestina para o islã. Para eles, isso é uma cruzada – uma firme determinação de verem, como já indicam seus mapas, uma Palestina sem Israel e sem judeus. Não nos enganemos! Para os radicais islâmicos, esta é uma guerra religiosa, em que o islã luta contra os infiéis em Israel, nos Estados Unidos e nas nações ocidentais.
Se a religião constitui um fator com algum grau de relevância nas atuais controvérsias que afligem o processo de paz, então é importante entender o que a Bíblia diz sobre o assunto. Esta não é uma questão irrelevante, que devêssemos deixar nas mãos de teóricos e filósofos da religião. Trata-se de um aspecto fundamental, que deve ser trazido para a discussão sobre os direitos dos judeus à terra no Oriente Médio. Sem dúvida, ele tem profundo significado no que se refere às reivindicações islâmicas sobre a região. De fato, a justificativa para a formação de regimes islâmicos tirânicos – tais como no Irã e no Sudão – baseiam-se numa interpretação do Corão que aprova a jihad (guerra santa) como instrumento de criação de um mundo islâmico.
Na atualidade, Arafat e outros líderes islâmicos afirmam que são ilegítimas as reivindicações de Israel baseadas em seus vínculos com a região em tempos remotos. Eles chegaram até mesmo ao ponto de procurar dar credibilidade à ridícula idéia de que os antigos judeus não tiveram presença no Monte do Templo em Jerusalém. Mas, apesar de tais exercícios para incitar pessoas historicamente mal-informadas, a arqueologia e uma abundante quantidade de documentos confirmam os direitos históricos, morais e legais dos judeus à terra de Israel. A principal fonte que autentica as relações e os direitos dos judeus no Oriente Médio está nas páginas da Bíblia, onde são relatadas alianças, doações e promessas para o futuro, que devem ser consideradas como irrevogáveis. Diversos fatores são fundamentais para compreender a relação de Deus com o povo judeu e sua associação com a terra de Israel.

Identificando Israel

Muitas vezes surgem conflitos entre muçulmanos e judeus no que se refere a quem seria o povo escolhido, o legítimo herdeiro das promessas da aliança delineadas nas Escrituras: "Deus lhe respondeu: De fato, Sara, tua mulher, te dará um filho, e lhe chamarás Isaque; estabelecerei com ele a minha aliança, aliança perpétua para a sua descendência. Quanto a Ismael, eu te ouvi: abençoá-lo-ei, fá-lo-ei fecundo e o multiplicarei extraordinariamente; gerará doze príncipes, e dele farei uma grande nação. A minha aliança, porém, estabelecê-la-ei com Isaque, o qual Sara te dará à luz, neste mesmo tempo, daqui a um ano" (Gn 17.19-21).
Nesse trecho, Deus fala a Abraão sobre o futuro de seus filhos, Isaque e Ismael. Os árabes traçam a sua origem a partir de Ismael; o povo judeu o faz a partir de Isaque. Reparemos que a promessa da aliança foi concedida a Isaque e seus herdeiros, e não a Ismael. Isso é importante, mas não é um ato de discriminação – como muitas vezes se afirma. A Ismael foram feitas promessas de enorme alcance; ele recebeu grandes porções de terra e a garantia de reinados. Um exame superficial de um mapa atual do Oriente Médio evidencia que a extensão dos territórios controlados pelas nações árabes e muçulmanas excede em muito a de Israel.

A Terra Prometida

Quando Deus prometeu uma terra a Abraão, Isaque, Jacó e sua posteridade, a garantia foi feita incondicionalmente. Quer o povo judeu estivesse habitando nela, ou sofrendo as muitas expulsões que teve de suportar, a região hoje comumente chamada de Palestina foi e é a terra dos judeus:"Naquele mesmo dia, fez o SENHOR aliança com Abrão, dizendo: À tua descendência dei esta terra, desde o rio do Egito até ao grande rio Eufrates" (Gn 15.18).

Um elemento importante para estabelecer a posse da terra por parte do Israel antigo é a cidade de Jerusalém.
Um elemento importante para estabelecer a posse da terra por parte do Israel antigo é a cidade de Jerusalém. Depois de haver reinado em Hebrom durante sete anos e meio, Davi transferiu a capital do Estado judeu para Jerusalém. Um fator decisivo para a mudança foi a aquisição do Monte do Templo de um certo jebuseu chamado Araúna (veja 2 Sm 24.24). É importante frisar que Israel e o povo judeu nunca colocaram aquele local sagrado à venda. Embora hoje ele seja reivindicado pelos muçulmanos, trata-se de uma área que ainda deve ser considerada como propriedade de Israel desde uma época muito anterior ao surgimento do próprio islã.

A preservação da nação judaica

Uma coisa é reivindicar uma terra em nome de uma nação antiga. Outra coisa, totalmente diferente, é o fato dessa nação fazer-se presente milhares de anos depois, para efetivar a transação. No caso dos judeus, essa é uma das mais enigmáticas ocorrências históricas. Como poderia um povo, com um número reduzido de descendentes, sobreviver após ter sido sujeitado a uma seqüência quase ininterrupta de tentativas de varrê-lo da face da terra? Expulsões, pogroms, inquisições e o infame Holocausto sufocaram o povo judeu em seu próprio sangue repetidas vezes. Adolf Hitler não estava sozinho ao anunciar "uma solução final para o problema judeu". Apesar de tudo isso, Israel sobreviveu. Espalhados entre as nações como o foram, o fato dos judeus não terem sido varridos para fora do cenário mundial ou assimilados – como aconteceu com a maioria de seus contemporâneos antigos – é, em si mesmo, um mistério singular da história. Como isso pode ter acontecido? Embora as questões envolvendo a sobrevivência dos judeus sejam complexas, a fonte de sua preservação pode ser explicada de forma simples.
Antecipando tudo o que iria atingir o povo judeu ao longo dos milênios, a Bíblia faz uma predição que apenas o próprio Deus estaria qualificado a articular: "Assim diz o SENHOR, que dá o sol para a luz do dia e as leis fixas à lua e às estrelas para a luz da noite, que agita o mar e faz bramir as suas ondas; SENHOR dos Exércitos é o seu nome. Se falharem estas leis fixas diante de mim, diz o SENHOR, deixará também a descendência de Israel de ser uma nação diante de mim para sempre. Assim diz o SENHOR: Se puderem ser medidos os céus lá em cima e sondados os fundamentos da terra cá embaixo, também eu rejeitarei toda a descendência de Israel, por tudo quanto fizeram, diz o SENHOR" (Jr 31.35-37).
Faríamos bem em lembrar que essas palavras são uma declaração contrária a qualquer possibilidade. Apenas Deus poderia ser competente para fazer com que ela se cumprisse.

O retorno a Eretz Israel

Durante dois milênios, junto a qualquer mesa pascal ao redor do mundo, os judeus pronunciaram as solenes palavras: "No próximo ano em Jerusalém". Poucos realmente acreditavam que isso poderia se realizar – mas foi o que ocorreu. E eu suponho, de um modo muito intenso, que nós, que vivemos para testemunhar esse acontecimento, podemos realmente dizer: "Vimos um milagre". Biblicamente, nunca houve dúvidas a respeito: "então, o Senhor, teu Deus, mudará a tua sorte, e se compadecerá de ti, e te ajuntará, de novo, de todos os povos entre os quais te havia espalhado... O Senhor, teu Deus, te introduzirá na terra que teus pais possuíram, e a possuirás; e te fará bem e te multiplicará mais do que a teus pais" (Dt 30.3,5).
O fato inegável com o qual convivemos todo dia é que Israel, depois de todos esses séculos, está de volta ao seu lar – exatamente como a Bíblia disse que aconteceria.

O futuro dia da restauração

Existe um fato final que não pode ser desconsiderado. Com a mesma ênfase com que a Bíblia descreveu o passado remoto de Israel e sua situação presente, ela também delineou o futuro. Tudo o que acontece ao redor de nós move-se para uma consumação. Há esperança no horizonte para todos que se debatem diariamente com questões como, por exemplo, a forma de lidar com o Irã, com Saddam Hussein e seus assemelhados. A mesma Bíblia em que Deus pronunciou e então realizou atos muito acima de nossa capacidade de imaginar ou realizar, também contém outra declaração. Mais uma vez, Israel é a chave: "Eles serão o meu povo, e eu serei o seu Deus. Dar-lhes-ei um só coração e um só caminho, para que me temam todos os dias, para seu bem e bem de seus filhos. ...Alegrar-me-ei por causa deles e lhes farei bem; plantá-los-ei firmemente nesta terra, de todo o meu coração e de toda a minha alma" (Jr 32.38-39, 41).
Essa é a fase à qual o Novo Testamento se refere com a expressão "todo o Israel será salvo" (Rm 11.26). Sim, para Israel existe a profecia de um dia nacional de reconciliação, mas essa também será uma era em que "o Senhor será Rei sobre toda a terra; naquele dia, um só será o Senhor, e um só será o seu nome" (Zc 14.9).
Em tudo isso há duas coisas que deveríamos manter em mente:
Primeiro, as passagens da Escritura citadas acima representam apenas uma parte mínima dos textos a esse respeito. A Bíblia está carregada de afirmações referentes ao futuro de Israel e do povo judeu.
Segundo, não devemos negligenciar – pois seria para dano nosso – estas palavras das Escrituras que têm sido experimentadas pelas nações: "De ti (Abraão) farei uma grande nação, e te abençoarei, e te engrandecerei o nome. Sê tu uma bênção! Abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; em ti serão benditas todas as famílias da terra" (Gn 12.2-3). (Elwood McQuaid - Israel My Glory - http://www.beth-shalom.com.br)
As opiniões expressas nos artigos assinados são de responsabilidade dos seus autores.

05 janeiro 2015

APENAS PALAVRAS


Sabe faz muito tempo que escrevo em blogs ,as vezes acho que ninguém lê o que escrevo mas o prazer de escrever vai alem de pensar que somos ou não lidos ou vistos ou sei lá o que ,
Quando escrevemos e digo isso por que sei que muitos que leem blogs fazem o mesmo que eu.
Escrevem , sempre que posso posto algo as vezes não é de minha autoria mas de artigos que gosto de alguns que nem li mas sei que depois um dia vou ler.
Sou escritor de blogs gosto disso e neste ano de 2015 vou escrever mais ainda neste meu blog ,coisas que creio que vivo que curto que penso, isso mesmo vamos escrever mais galera dos blogs vamos gastar os dedos no teclado.
O mais importante é saber que sempre alguém vai clicar em um de seus artigos , como este que me deu vontade de escrever sem interesse de nada apenas anunciar as minhas ideias para 2015 ,que alias no Brasil os profetas da economia dizem que não ira muito bem ,falando nisso prometo uma coluna semana nem que seja para mim mesmo ler e dar risadas sobre tudo ,acontecimentos da semana seria bom ler de alguém que não é famoso nem deseja ser e que prefere o anonimato para declarar certas coisas .
Sabe o que mais ? bom de tudo isso é que é de graça o blogger não cobra nada a Google também então podemos expressar nossas opiniões e tecer comentários de diversas formas que nada poderá nos calar será que não mesmo? 
ou o governo pretende ter uma lei que vá nos reprimir de nossas ideias ?
 Ainda não sei apenas escrevo não sou de nenhum partido nem sou politico sou um homem comum com um serviço comum que escreve , parece uma viagem mas sou ministro do evangelho ou seja sou pastor e tenho um pequeno rebanho que cuido não sou remunerado por isso cuido por amor , numa vila ou comunidade na beira de uma avenida em porto Alegre , fazemos nosso trabalho com amor e com dedicação ,aqui nesta cidade é muito difícil cuidar de igreja principalmente de minha denominação pois o povo está despercebidos das coisas eles acham que a igreja é um local de encontro ou um clube mas na verdade não é a igreja de JESUS é a luz deste mundo e muitos aqui não sabem ser luz e se misturam com as trevas lamentável .
Mas vamos em frente nos dedicando e levando até quando Deus queira , bem já que você conhece um pouco de mim desejo uma semana abençoada e cheia de vitórias para sua vida um abraço .
pr.JOÃO PAIM- 

11 junho 2014

A Gloriosa Graça de Deus


A Gloriosa Graça de Deus

David M. Levy
Há aproximadamente cem anos, Julia H. Johnson compôs a letra de um hino intituladoGrace Greater Than Our Sin [“Graça Maior que o Nosso Pecado”; conhecido em português pelo título: Graça de Deus, Infinito Amor]. A quarta estrofe desse hino sintetiza com muita propriedade o conceito da graça de Deus:
Maravilhosa, 
incomparável graça,
concedida livremente a todo
o que nEle crer;
tu que anelas ver Sua face,
queres neste instante
Sua graça receber?
Nós que recebemos a graça de Deus por intermédio de Jesus Cristo, de fato, constatamos quão maravilhosa e incomparável é essa graça. Entretanto, qual é o significado da expressão Graça de Deus?

A Definição da Graça de Deus

A definição encontrada em um dicionário para o termo graça é a seguinte: “O favor imerecido que Deus concede ao homem”. Embora tal definição seja verdadeira, é incompleta. Graça é um atributo de Deus, um componente do caráter divino, demonstrada por Ele através da bondade para com o ser humano pecador que não merece o Seu favor.
Um Deus santo não tem nenhuma obrigação de conceder graça a pecadores, mas Ele assim o faz segundo o bem querer da Sua vontade. Ele demonstra graça ao estender Seu favor, Sua misericórdia e Seu amor para suprir a necessidade do ser humano. Visto que o caráter de Deus é composto de graça, movido por bondade Ele espontaneamente se dispõe a conceder Sua graça à humanidade pecadora em nosso tempo de aflição. A graça de Deus pode ser definida como “aquela qualidade intrínseca do ser ou essência de Deus, pela qual Ele, em Sua disposição e atitudes, é espontaneamente favorável” a outorgar favor imerecido, amor e misericórdia àqueles que Ele escolhe dentre a humanidade desmerecedora.1

A Declaração da Graça de Deus

Ao longo de toda a Bíblia, a graça de Deus se manifestou em três estágios. No primeiro, Deus revelou Sua bondade e graça ao demonstrar misericórdia, favor e amor para com todos os homens em geral, mas para com Israel em particular. No segundo estágio, Deus expressou ou apresentou Sua graça, de forma mais clara, através de Jesus Cristo, o qual veio ao mundo para pagar pelos pecados do homem mediante Sua morte sacrificial na cruz. No terceiro, a graça de Deus proporciona salvação e santificação a todos os que, pela fé, confiam em Jesus Cristo como Salvador e Senhor de suas vidas.
Na Septuaginta, uma antiga tradução das Escrituras do Antigo Testamento para a língua grega, o termo grego traduzido por “graça” é charis que significa “graça ou favor imerecido”. As Escrituras Hebraicas não possuem nenhum termo hebraico equivalente. Os termos originais hebraicos traduzidos na Septuaginta por charis são chanan ou chen, que se traduzem por “graça”, “favor” ou “misericórdia”.
Essas duas palavras hebraicas são usadas no Antigo Testamento para retratar o mesmo significado de charis: (1) mostrar misericórdia para com o pobre (Pv 14.31); (2) proporcionar misericórdia àqueles que invocam a Deus em tempo de angústia (Sl 4.1; 6.2; 31.9); (3) demonstrar favor a Israel no Egito (Êx 3.21; 11.3; 12.36); e (4) conceder (Deus) Sua graça a determinadas pessoas, tais como Noé (Gn 6.8), José (Gn 39.21), Moisés (Êx 33.12,17), e Gideão (Jz 6.17). Além disso, a graça de Deus será derramada sobre a nação de Israel no tempo da sua salvação (Zc 12.10).
A graça e a misericórdia também foram manifestadas a nações inteiras. O Senhor, por Sua graça, libertou o povo de Israel da escravidão no Egito.
Outros termos hebraicos, tais como,racham ou rachamim (i.e., “misericórdia”) echesed (“amor leal” ou “bondade”) muitas vezes ocorrem juntos no texto hebraico para expressar o conceito da graça de Deus (Êx 34.6; Ne 9.17; Sl 86.15; 145.8; Jl 2.13; Jn 4.2). Graça, amor e misericórdia estão explicitados na aliança de Deus com o rei Davi, a qual se estendeu a seu filho Salomão mesmo depois que este veio a pecar no decurso de sua vida (2 Sm 7.1-17).
Deus não outorgou Seu amor e graça a Israel por qualquer mérito dessa nação. Deus escolheu Israel para que fosse o povo de Sua propriedade exclusiva através de um ato de pura graça (Dt 7.6-9).
A graça e a misericórdia também foram manifestadas a nações inteiras. O Senhor, por Sua graça, libertou o povo de Israel da escravidão no Egito, supriu as necessidades da nação durante sua peregrinação no deserto e lhes concedeu a terra de Canaã. O amor do profeta Oséias por sua esposa Gômer, uma prostituta, ilustrava a graça e misericórdia de Deus para com Israel. Embora Gômer fosse uma esposa infiel, Oséias demonstrou-lhe graça, misericórdia e amor, ao resgatá-la do mercado de escravos pelo pagamento de um preço. Ela tipificava a nação de Israel redimida da escravidão do pecado.
Pela graça de Deus a ímpia cidade de Nínive foi poupada da destruição ao arrepender-se de seu pecado com a pregação de Jonas.
No Novo Testamento, o conceito de graça encontra uma expressão mais precisa, rica e completa no termo grego charis, o qual ocorre, no mínimo, por 170 vezes. A graça de Deus assume uma dimensão pessoal totalmente nova e se torna evidente ao ser humano nas palavras e obras do ministério redentor de Jesus Cristo. Que prova maior da graça de Deus poderia ser dada do que essa da salvação?
Foi o próprio Deus que, em Sua bondade e graça, tomou a iniciativa de providenciar a salvação para o homem após a queda de Adão no pecado. A graça de Deus se revela à humanidade de duas maneiras fundamentais:

A Graça Comum

A graça comum se refere ao imerecido favor, amor e cuidado providencial de Deus, estendidos a toda a raça humana em corrupção, pelos quais Deus derrama Suas bênçãos sobre todos em geral, tanto sobre os salvos quanto sobre os descrentes (Sl 145.8-9). Deus refreia Sua ira contra a humanidade pecadora, concedendo a uma nação ou a uma pessoa o tempo necessário para que se arrependa – o que vem a ser uma extensão da graça comum do Senhor.
graça comum também pode ser constatada na obra do Espírito Santo, quando este move o coração de uma pessoa ao persuadi-la(lo) e convencê-la(lo) da necessidade de buscar a salvação por intermédio de Jesus Cristo (Jo 16.8-11).

A Graça Especial

Graça = Favor imerecido que Deus concede ao homem.
A segunda maneira de Deus revelar Seu favor é através da graça especial,comumente denominada de graça eficaz, efetiva ou graça salvadora. A graça de Deus é eficaz na medida em que produz salvação na vida dos indivíduos eleitos que depositam sua fé na morte de Cristo e no sangue que Ele derramou na cruz para remissão de seus pecados. A graça eficaz é conhecida por experiência no momento em que Deus, pela instrumentalidade do Espírito Santo, opera de forma irresistível na mente e no coração de uma pessoa, de modo que o indivíduo escolha livremente crer em Jesus Cristo como seu Salvador.
Os crentes em Cristo são chamados, não segundo suas obras de esforço próprio, mas conforme a “determinação e graça” de Deus (2 Tm 1.9).
O apóstolo Paulo é um exemplo clássico da chamada eficaz de Deus. Ele foi chamado, não por sua vontade, mas “pela vontade de Deus” (1 Co 1.1). Na realidade, ele tentava destruir a Igreja até o momento em que se converteu a Cristo, conversão essa que ocorreu pela graça de Deus (At 9).

A Demonstração da Graça de Deus

A graça de Deus se evidencia de diversas maneiras na vida de um crente em Cristo.

Graça Salvadora

A palavra salvação é um termo abrangente. Refere-se ao ato redentor de Deus pelo qual Ele, no presente momento, redime o indivíduo da penalidade e do poder do pecado, e, no futuro, libertará o crente em Cristo da presença do pecado na ocasião da glorificação dos salvos. A salvação é um dom gratuito de Deus, concedido a uma pessoa em virtude da graça, por meio da fé, independente de qualquer obra ou mérito da parte da pessoa que o recebe. No momento da salvação, a graça imerecida e a fé do crente são dons que procedem diretamente do Senhor àqueles que põem sua fé em Cristo (Ef 2.8-9).
A graça da salvação, oferecida na atual dispensação, inclui cada aspecto da obra redentora de Deus em favor dos crentes em Jesus e abrange a redenção, a propiciação, a justificação, o perdão, a santificação, a reconciliação e a glorificação para aquele que, pela fé, recebe a Cristo.

Graça Santificadora

Deus, por intermédio do Espírito Santo, providenciou dons espirituais sobrenaturais com o objetivo de equipar e capacitar cada crente em Cristo para o seu ministério [i.e., serviço] na igreja local.
Naquele momento em que a pessoa, pela fé, recebe a Cristo, ele (ou ela) é santificado pela graça de Deus. A palavrasantificação significa “tornar santo” ou “separar para Deus” com propósito ou uso sagrado. A Bíblia menciona pessoas, lugares, dias e objetos inanimados consagrados (i.e., separados) a Deus. No que se refere a um indivíduo, a santificação pode ser definida como a obra da livre graça de Deus através do Espírito Santo, na qual Ele separa o crente para ser amoldado ou conforme à imagem de Cristo.
As Escrituras se referem a três estágios de santificação pela graça de Deus. O primeiro deles é o da santificação posicional que diz respeito à posição santa do crente perante Deus, fundamentada na redenção que Cristo efetuou a seu favor.
O segundo estágio é o da santificação progressiva, na qual o crente em Cristo se encontra no processo de ser santificado através da Palavra de Deus (Jo 17.17). Os crentes são exortados a crescer “na graça” (2 Pe 3.18); na busca desse crescimento, tornam-se recipientes do favor imerecido que procede do Senhor. O crescimento na graça não é obtido por meios naturais, mas se dá através do estudo da Palavra de Deus (2 Pe 1.2-3,5-6,8). À medida que um crente em Jesus cresce na graça, o fruto do Espírito se torna manifesto através da vida dele ou dela (Gl 5.22-23), levando a pessoa a uma conformidade com a imagem e semelhança de Cristo (Rm 8.29).
O terceiro estágio é o da santificação completa ou perfeita, que os crentes conhecerão por experiência quando receberem seus corpos glorificados e se completar a sua redenção (Rm 8.30; Ef 5.27). Esse acontecimento se concretizará na ocasião do Arrebatamento da Igreja (1 Co 15.51-52; 1 Ts 4.16-17).

Graça Servidora

A palavra dom (do termo grego charisma: “dádiva ou dom da graça”) se refere a um favor que alguém recebe gratuitamente, sem merecê-lo. Deus, por intermédio do Espírito Santo, providenciou dons espirituais sobrenaturais com o objetivo de equipar e capacitar cada crente em Cristo para o seu ministério [i.e., serviço] na igreja local. Não existe apenas um dom, mas, sim, uma diversidade de dons que o Espírito Santo concede aos crentes (Rm 12.6-8; 1 Co 12.8-11; Ef 4.7,11-12; 1 Pe 4.11).
O sofrimento faz parte da condição humana, em virtude do pecado, do envelhecimento do corpo, da desobediência ao Senhor, ou da punição de Deus.
Os crentes dispõem de “diferentes dons segundo a graça que [por Deus] nos foi dada” (Rm 12.6). Alguns crentes possuem uma abundância de dons, enquanto outros possuem apenas um ou dois. Esses dons, ou graças, não são dons, talentos ou habilidades naturais; pelo contrário, são dons proporcionados por Deus, os quais, através do crente, efetuam a edificação do Corpo de Cristo, rendendo, assim, a glória que pertence a Deus.
No uso de seu dom, um crente deve se dirigir às outras pessoas com uma atitude de graça. O apóstolo Paulo declarou: “A vossa conversa seja sempre com graça” (Cl 4.6; conforme a Tradução Brasileira). No que dizia respeito ao serviço para o Senhor, Paulo estava equipado, não com sua própria força e poder, mas com a graça de Deus que lhe fora outorgada. Ele disse: “...trabalhei muito mais do que todos eles; todavia, não eu, mas a graça de Deus comigo” (1 Co. 15.10).

Graça Sofredora

O sofrimento faz parte da condição humana, em virtude do pecado, do envelhecimento do corpo, da desobediência ao Senhor, ou da punição de Deus. Paulo tinha um “espinho na carne” (i.e., uma debilidade física) que ele, por três vezes, suplicara a Deus para que fosse removido. Cada uma de suas súplicas recebeu esta mesma resposta: “A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza” (2 Co 12.9). Em outras palavras, a graça de Deus era suficiente para fortalecer Paulo em sua dificuldade física, de modo que ele a pudesse suportar. O mesmo acontece com os crentes nos dias atuais. Deus proporciona a graça suficiente para nos fortalecer em meio a qualquer provação, tentação ou período de sofrimento.
Paulo resumiu isso com muita propriedade, quando escreveu: “Porquanto a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens” (Tt 2.11). Isso diz tudo. Junto com a compositora daquele hino, cantamos: “Maravilhosa, infinita, incomparável...” é a surpreendente graça de Deus.

Notas:

1. J. Dwight Pentecost, Things Which Become Sound Doctrine, Westwood, NJ: Fleming H. Revell, 1965, p. 19.