05 fevereiro 2025

A jornada da pequena semente


A Jornada da Pequena Semente

O sol escaldante brilhava impiedosamente sobre a terra ressequida. O vento soprava forte, levantando a poeira fina do deserto. Um homem seguia viagem, conduzindo sua carroça carregada de sementes. Ele deixava para trás sua terra natal, um lugar onde a seca tornara impossível o plantio. Sonhava com um solo fértil, onde suas sementes pudessem germinar e dar frutos abundantes.

As rodas da carroça rangiam ao passarem por um caminho pedregoso. O trajeto era difícil, e a cada solavanco, os sacos de sementes chacoalhavam. Foi então que, sem que o homem percebesse, uma pequena semente escorregou pelo rasgo de um saco e caiu no chão poeirento.

O vento não teve piedade. Levou a pequena semente para longe, fazendo-a rolar sobre a areia quente. Perdida e solitária, ela não sabia qual seria seu destino. O calor era intenso, o solo parecia hostil, e não havia sinais de água por perto. A semente sentia-se frágil, insignificante diante da imensidão do deserto.

Após muito rolar, ela bateu contra uma pedra e ficou ali, imóvel. O tempo passou, e tudo ao redor parecia morto. A semente, pequena e indefesa, acreditava que seu fim havia chegado.

Então, algo inesperado aconteceu. O céu, antes claro e sem nuvens, começou a escurecer. O vento mudou de direção, e um cheiro diferente pairou no ar. De repente, as primeiras gotas de chuva caíram, trazendo alívio à terra seca. A pequena semente sentiu a umidade ao seu redor e, pela primeira vez, teve esperança.

A chuva continuou caindo, e o solo, que antes era apenas pó, começou a se tornar lama. A semente foi coberta pela terra úmida e, pouco a pouco, algo incrível começou a acontecer: uma transformação invisível a olhos humanos, mas poderosa.

No silêncio da terra, a semente começou a se abrir. Para que uma nova vida surgisse, ela precisava primeiro morrer. Seu revestimento externo se rompeu, e suas raízes começaram a se estender para baixo, buscando alimento e firmeza. Em seguida, um pequeno broto surgiu, apontando para cima, em busca da luz.

Aquela semente, que um dia se sentiu perdida e sem propósito, agora se tornava uma planta nova, cheia de vida.

O Mistério da Vida e do Novo Nascimento

Assim também é a jornada da fé. Muitas vezes, nos sentimos como a pequena semente, perdidos, fracos e sem esperança. Passamos por desertos espirituais, onde tudo parece árido e sem vida. Mas Deus, em Sua infinita graça, nos alcança com Sua chuva de amor e misericórdia.

No Evangelho de João, está escrito:

"Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu único Filho, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna." (João 3:16)

Jesus nos ensina que, para vivermos plenamente, primeiro precisamos morrer para nós mesmos. Assim como a semente precisa ser enterrada para gerar uma nova planta, também precisamos abandonar nossa velha vida para nascermos espiritualmente.

Quando Nicodemos, um mestre da lei, procurou Jesus à noite para entender mais sobre o Reino de Deus, o Senhor lhe disse:

"Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus." (João 3:3)

Nicodemos ficou confuso. "Como pode um homem nascer sendo velho?" — perguntou ele. Mas Jesus explicou que esse novo nascimento não era físico, e sim espiritual:

"Quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no Reino de Deus." (João 3:5)

Assim como a pequena semente morreu para dar vida a algo novo, nós também precisamos passar pela transformação que vem de Deus. Quando entregamos nossa vida a Cristo, Ele nos faz novas criaturas, cheias de esperança e propósito.

Conclusão: O Fruto da Vida Transformada

A pequena semente que caiu no deserto poderia ter sido apenas mais uma entre tantas. Mas Deus, em Sua soberania, enviou a chuva no tempo certo para que ela germinasse e cumprisse seu propósito.

Da mesma forma, cada um de nós tem um propósito diante de Deus. Ainda que enfrentemos dificuldades, desertos e momentos de incerteza, podemos confiar que o Senhor tem um plano perfeito para nós.

Que possamos permitir que Deus transforme nossas vidas, assim como a chuva transformou a pequena semente. Que possamos morrer para o pecado e renascer para uma vida abundante em Cristo. Pois, ao final dessa jornada, como a semente que se torna árvore e dá frutos, seremos testemunhas vivas do amor e da graça de Deus.



pr.João Paim fev2025

04 fevereiro 2025

Keila Ferreira é velado durante culto na Assembleia de Deus no Brás em SP

A Perda da Bispa da Assembleia de Deus do Brás

Keila Ferreira se formou em Direito pela Universidade Paulista e era bacharel em teologia | Foto: Reprodução/Instagram 

Fico refletindo sobre como as pessoas, hoje em dia, perderam completamente a noção do respeito e da empatia. Se você abrir agora o Instagram ou o YouTube, verá uma enxurrada de imagens e vídeos da esposa do Bispo Samuel Ferreira. A exposição exagerada desse momento de dor revela o desequilíbrio de um povo que se diz evangélico, mas que, na prática, parece estar mais preocupado com engajamento do que com valores cristãos.

Estão compartilhando profecias, destacando supostas mensagens espirituais e espalhando vídeos com as últimas palavras da bispa. Mas, no fundo, qual é a real intenção por trás disso? Infelizmente, a busca por curtidas, seguidores e visualizações tem se sobreposto ao verdadeiro significado do luto. Não há mais respeito. O que vemos é uma exploração desenfreada de qualquer coisa que possa gerar audiência e alimentar o espetáculo digital.

Mas não foi apenas nas redes sociais que isso aconteceu. No velório, a situação se tornou ainda mais constrangedora. Um momento que deveria ser de silêncio, oração e acolhimento se transformou em um verdadeiro show de aparências. A forma como o evento foi conduzido me deixou perplexo. Em vez de um ambiente de despedida respeitosa, parecia um programa de televisão, com um apresentador chamando nomes como se estivesse anunciando atrações especiais:

"Vamos saudar o governador de São Paulo!", "O prefeito tal está presente!", "Agora com vocês, o bispo fulano!", "O ministro ciclano também veio prestar sua homenagem!".

Que falta de sensibilidade! Que despreparo para uma ocasião que exigia luto e respeito! As pessoas estavam ali para consolar a família, demonstrar carinho e solidariedade, não para participar de um desfile de autoridades. O velório não é um evento social, não é um palco para discursos políticos ou para demonstrações de status.

Curiosamente, esse tipo de coisa não acontece nem mesmo em enterros de presidentes ou ministros de Estado. Por que, então, no meio evangélico, isso tem se tornado tão comum? Será que a vaidade, a busca por prestígio e reconhecimento têm falado mais alto do que o amor e a humildade que deveriam marcar nossa fé?

Gente, velório é velório! É um momento de despedida, de reflexão, de apoio aos que sofrem. Não deveria ser um palco para aplausos e saudações protocolares. Parece que o verdadeiro significado da morte – e do luto – tem sido esquecido.

Lamento profundamente a perda da esposa do Bispo Samuel Ferreira. Oro para que Deus conforte sua alma e conceda forças à sua família nesse momento de dor. Mais do que isso, oro para que nós, como sociedade, possamos resgatar o verdadeiro sentido do respeito e da empatia, para que possamos agir com mais sensibilidade diante da dor alheia. Que Deus tenha misericórdia de todos nós.

02 fevereiro 2025

Novos céus e nova terra


Venha o Teu Reino

Por que nos alegramos com a promessa de um novo Céu e uma nova Terra? Porque ali viveremos em comunhão plena e eterna com Deus, livres de toda injustiça, dor e pecado.

“Nós, porém, segundo a sua promessa, esperamos novos céus e nova terra, nos quais habita justiça” (2 Pedro 3.13).

Desde o princípio, a humanidade carrega em seu coração o desejo por um mundo perfeito, onde reine a paz, a justiça e o amor. Esse anseio não é fruto de meros sonhos ou idealizações humanas, mas uma resposta à promessa divina de restauração. Deus, em Sua infinita graça, não apenas nos criou para a comunhão com Ele, mas também preparou um destino glorioso para aqueles que creem.

A oração do Pai Nosso expressa esse anseio profundo. Quando Jesus ensinou Seus discípulos a orar, Ele começou com a íntima e poderosa saudação "Pai nosso", revelando que Deus não é um ser distante, mas um Pai amoroso e presente. Logo em seguida, nos ensinou a clamar: "Venha o Teu Reino" (Mt 6.9-13), um pedido que transcende o presente e aponta para a consumação do plano divino.

O Que Significa o Novo Céu e a Nova Terra?

Muitas vezes, imaginamos o Céu como um lugar de beleza indescritível, com paisagens exuberantes, rios cristalinos e um ambiente de perfeita harmonia. No entanto, a promessa de um novo Céu e uma nova Terra vai muito além de uma transformação física da criação. O que torna essa promessa verdadeiramente gloriosa é a presença absoluta de Deus e a plenitude de Sua justiça.

No mundo em que vivemos, enfrentamos a corrupção, a maldade e as consequências do pecado. Sofremos com dores, enfermidades, perdas e injustiças. No entanto, a Palavra nos assegura que tudo isso terá um fim. No novo Céu e na nova Terra, não haverá mais lágrimas, sofrimento ou morte (Apocalipse 21.4). A justiça de Deus reinará soberanamente, Sua vontade será plenamente realizada, e o pecado não terá mais lugar.

Nossa alegria não estará na grandeza das paisagens ou na ausência de dificuldades, mas na certeza de que viveremos em comunhão perfeita com o Senhor. A maior recompensa será desfrutar da presença gloriosa de Deus, adorá-Lo sem distrações e experimentar o Seu amor de forma completa e eterna.

A Nossa Esperança Está Viva

Como cristãos, não esperamos esse dia com medo ou incerteza, mas com esperança viva e jubilosa. O apóstolo Paulo nos ensina que “a nossa cidadania está nos céus, de onde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo” (Filipenses 3.20). Nossa pátria verdadeira não é este mundo passageiro, mas o Reino eterno que Deus está preparando para os Seus filhos.

Por isso, enquanto aguardamos essa promessa, devemos viver com fidelidade e santidade, anunciando o Evangelho e levando outros a conhecerem essa esperança maravilhosa. O tempo presente pode ser difícil, mas sabemos que a glória futura será incomparável.

Que possamos, todos os dias, orar com fervor e expectativa:

“Venha o Teu Reino!”

Maranata! Ora vem, Senhor Jesus

01 fevereiro 2025

A salvação de todos.



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**Podemos conceber uma salvação sem um Salvador?**  
A complexidade da existência humana — composta de corpo, alma e espírito — nos leva a refletir sobre nosso propósito nesta Terra, criada pela vontade soberana de Deus. Muitos, ao confrontar a inevitabilidade da morte, encaram-na como um fim absoluto: "Tudo se encerra aqui", ou então imaginam um sono eterno até o dia do Juízo Final. Contudo, além das inquietações sobre o porvir, a pergunta crucial permanece: **quem será o nosso Salvador?**

Nas Sagradas Escrituras, Jesus Cristo oferece uma resposta que transcende o tempo: *"Ame o Senhor, seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todo o seu entendimento. Este é o primeiro e maior mandamento. E o segundo é semelhante a ele: ame o seu próximo como a si mesmo"* (Mateus 22:37-39). Essas palavras não são meras orientações éticas, mas a essência de uma vida transformada pela graça.  

**O amor ao próximo: espelho do amor divino**  
Amar o próximo não é apenas um ato de altruísmo, mas uma **dádiva espiritual** que reflete nosso amor por Deus. Quando praticamos a compaixão, a justiça e a misericórdia, estamos, na verdade, glorificando Aquele que nos criou à Sua imagem (Gênesis 1:27). Esse amor não é condicional ou passageiro; é um compromisso que nos liberta do egoísmo e nos aproxima da natureza divina. Como afirma o apóstolo João: *"Se alguém afirmar: 'Eu amo a Deus', mas odiar seu irmão, é mentiroso. Porque quem não ama seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê"* (1 João 4:20).  

**Cristo: o único caminho para a redenção**  
A ideia de uma salvação sem Salvador é incompatível com a narrativa bíblica. Jesus não apenas pregou o amor, mas **encarnou-o** em Sua morte e ressurreição, tornando-Se o mediador entre a humanidade e Deus (1 Timóteo 2:5). Ele é a ponte que reconcilia nossa fragilidade com a santidade divina. Por isso, a fé nEle não é opcional, mas o alicerce da esperança cristã: *"Não há salvação em nenhum outro, pois não há outro nome under heaven dado aos homens pelo qual devamos ser salvos"* (Atos 4:12).  

**A eternidade e o propósito do amor**  
Enquanto aguardamos o dia final, nossa missão é clara: viver de modo que cada ato de amor ao próximo seja um testemunho do amor de Deus. Assim, não apenas cumprimos um mandamento, mas participamos ativamente do Reino celestial — um Reino onde o Salvador, Jesus, já triunfou sobre a morte e nos convida a compartilhar de Sua vitória.  

Que nossa jornada seja guiada não pelo temor do juízo, mas pela certeza de que, em Cristo, encontramos não apenas o Salvador, mas **Aquele que nos chama a uma existência plena, aqui l

Pr. João Paim