19 dezembro 2012

Quem sobreviver ao Dezembro de 2012


Conselhos Para Quem Sobreviver a Dezembro de 2012

“Mas a respeito daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho, senão o Pai” (Jesus Cristo, contando a parábola da figueira – Mateus 24:36)
Onde você estará após 21 de dezembro de 2012? Um grupo de ocultistas acredita que você cessará de existir. Pessoalmente, depois de consultar meu amigo e cardiologista “Tony”, se não me cuidar melhor, estarei também na Glória.

A Profecia Maia

Para quem ainda não está antenado nessa história de que haverá uma catástrofe devastadora em 21 de dezembro de 2012, eis um resumo:
Os maias que desenvolveram uma bem evoluída civilização entre 250 a 900 d.C. onde hoje existem os estados do Sul do México, estendendo-se pela Guatemala, Belize, El Salvador e Honduras, deixaram para trás templos das suas divindades, pirâmides, uma história de carnificina contra seus inimigos e pelo menos três calendários diferentes.
Entre os seus calendários, o mais impressionante é o de “Conta Longa” ou “Longa Contagem”, que teve início em 11 de agosto de 3114 a.C.(1) Ao contrário da maioria dos calendários que tem como base o numeral 10, este tem o numeral 20 e terminará 5126 anos mais tarde. Ou seja, em 21 de dezembro de 2012. Não há mais qualquer registro a partir de 22 de dezembro de 2012.
Apesar dos maias nunca terem afirmado que esta data seja o final do mundo, os ocultistas concluem: um grande cataclisma deverá ocorrer no dia 21/12/12 e ele impactará nosso planeta Terra de uma forma descomunal.

Ocorrerá em 21 de dezembro de 2012

Um dos autores que mais esmiuçou o que ocorrerá no dia 21/12/12 foi Patrick Geryl, um belga, astrônomo amador e escritor. Será supostamente um conjunto de catástrofes naturais e eventos astronômicos assustadores.
“É um acontecimento que só se experimenta uma vez na vida, quando se consegue sobreviver a ele. Incrivelmente belo, e, ao mesmo tempo, desesperadamente mortal. Pior do que o pior dos pesadelos”,(2) sentencia Geryl.
Geryl afirma que o campo magnético solar será invertido e enormes labaredas solares serão lançadas no espaço causando “um curto-circuito no dínamo da Terra”.
Geryl afirma que o campo magnético solar será invertido e enormes labaredas solares serão lançadas no espaço causando “um curto-circuito no dínamo da Terra”.(3) O campo magnético da Terra também se “inverterá com catastróficas consequências, como terremotos, erupções vulcânicas e deslizamentos de terra”.(4) Provocará “ondas gigantescas” que farão os últimos tsunamis asiáticos parecerem marolas.
Outros profetas (Adrian Gilbert e Maurice M. Cotterell) desta Catástrofe Maia reforçam que naquele dia a Terra ficará “sujeita a terremotos, enchentes, incêndios e erupções vulcânicas.”(5)
A quase totalidade dos habitantes do nosso planeta será aniquilada.

Conselhos aos sobreviventes de 21 de dezembro de 2012

Aqueles que conseguirem entrar em embarcações especiais à prova de naufrágio sobreviverão.
Aos sobreviventes, Patrick Geryl repassou esses “sagrados mandamentos”:
  1. “A civilização que surgir depois do cataclismo precisará ter um imenso respeito pela natureza [...]
  2. Os bosques e selvas ocuparão um lugar central nas cidades do futuro, que deverão ser muito pequenas.
  3. Para evitar a contaminação, a população mundial terá que ser limitada, embora, logo depois da catástrofe, repovoar possa ser uma prioridade.
  4. Nunca mais se deverá construir instalações nucleares [...]
  5. A alimentação antinatural, que é prejudicial à saúde e exige grandes quantidades de energia para sua produção, deverá ser proibida por lei. [...]
  6. As dietas à base de frutas e verduras deverão ser promovidas [...]
  7. A meditação e o jejum têm que ocupar um lugar central na luta contra as enfermidades infecciosas e de outros tipos.”(6)

E a vida continua...

Essa idéia bíblica e ocultista que haverá um fim do mundo nos leva a um formidável paradoxo: Alguns ficam consolados, outros aterrorizados. É mister que ambos sentimentos existam, pois o próprio Jesus disse que naquele dia do grande julgamento final os terráqueos terão dois destinos eternos: “E irão estes para o castigo eterno, porém os justos, para a vida eterna” (Mateus 25:46).
Agradeçam a Deus por estarem vivos e peçam Sua bênção para enfrentarem mais um dia.
Agora, gostaria também de deixar alguns conselhos para os que sobreviverem à sexta-feira 21/12/12 e, claro, acordarem na manhã seguinte de sábado:
  1. Agradeçam a Deus por estarem vivos e peçam Sua bênção para enfrentarem mais um dia. Até mesmo eu espero estar vivo, depois dos carões do meu cardiologista.
  2. Continuem sem acreditar naqueles profetas que marcam o dia do nosso tão esperado fim do mundo.
  3. Não esqueçam de ir às compras, pois faltam poucos dias para o Natal... (esta observação, naturalmente, é irônica).
O que importa mesmo é mantermos viva a bendita esperança da volta de Cristo, baseada nas firmes promessas bíblicas e não em calendários e cálculos sem credibilidade.
Aleluia! Maranata, ora vem Senhor Jesus! (Dr. Samuel Fernandes Magalhães Costa -http://www.chamada.com.br)

Bibliografia

  1. Diamond, Jared, Colapso: Como as sociedades escolhem o fracasso ou o sucesso. Editora Record, Rio de Janeiro, RJ, 2009, sexta edição, páginas 206-207.
  2. Geryl, Patrick, O Código de Órion: O fim do mundo será mesmo em 2012? Editora Pensamento-Cutrix Ltda, São Paulo, SP, 2006, página186.
  3. Id. Páginas 179.
  4. Id.
  5. Gilbert, Adrian, e Maurice M. Cotterell, As Profecias Maias: Desvendando os mistérios de uma civilização perdida. Editora Nova Era. Rio de Janeiro, RJ, 2006, terceira edição, página 269.
  6. Geryl, Patrick, O Código de Órion: O fim do mundo será mesmo em 2012?, páginas 148-149.

07 dezembro 2012

A PROFECIA MAIA E O SURGIMENTO DE UMA RAÇA SUPERIOR


A Profecia Maia e o Surgimento de Uma Raça Superior

“Se o que o profeta proclamar em nome do Senhor não acontecer nem se cumprir, essa mensagem não vem do Senhor. Aquele profeta falou com presunção. Não tenham medo dele” (Deuteronômio 18:22 - NVI)
Já sabíamos! Vários filmes, como: O Planeta dos Macacos (1968), O Dia depois de Amanhã(2004), Eu Sou a Lenda (2007), 10.000 a.C. (2008), Presságio (2009), 2012: Fim dos Dias(2008), 2012 (2009), entre outros, trataram desse tema: uma raça superior sobreviverá a uma grande catástrofe.
Com a famosa “profecia maia” às portas, alguns profetas esotéricos estão insistindo nessa mesma tecla. Deixe-me explicar melhor.

Da Atlântida passando pelos egípcios e maias

A lendária ilha de Atlântida, primeiramente descrita pelo filósofo Platão, nunca existiu. No entanto, foi na modernidade que alguns começaram a levar a sério a falácia de Atlântida. Na Antiguidade ninguém considerava tal possibilidade. Para os historiadores renomados, Atlântida continua sendo uma ilusão e anedota.
Porém, de acordo com o esotérico Patrick Geryl, em 21 de fevereiro de 21312 a.C, Atlântida foi destruída parcialmente, e totalmente destruída em 27 de julho de 9792 a.C., quando desapareceu sob as águas.(1)
Ainda segundo Geryl, milhares de pessoas sobreviveram ao cataclismo de Atlântida e estas deram origem à civilização egípcia e, provavelmente, também aos maias. Concluindo, para Geryl os egípcios seriam, com certeza, descendentes da Atlântida e os maias teriam forte possibilidades de sê-lo (2)
Mais: baseados em suas escrituras e códigos secretos, tanto para os maias, quanto para os egípcios, a data do fim desta era, como a conhecemos hoje, será em 21-22 de dezembro de 2012.
O que estaria previsto para acontecer em dezembro de 2012 seria algo semelhante ao que ocorreu com Atlântida. Permita-me continuar citando Patrick Geryl, no seu livro O Código de Órion:
“Segundo os maias, haverá uma mudança nos pólos magnéticos no Sol no ano 2012. Então, do interior do Sol, serão liberadas enormes forças eletromagnéticas com poder desconhecido. Labaredas gigantes enviarão uma descomunal onda de partículas à Terra. [...]
As partículas eletromagnéticas do Sol penetrarão em todos os pontos da Terra, gerando uma intensa radiação, tanto em luminosidade quanto em radioatividade. [...]
Segundo Geryl, milhares de pessoas sobreviveram ao cataclismo de Atlântida e estas deram origem à civilização egípcia e, provavelmente, também aos maias. Foto: ruínas maias em Chichén Itzá, México.
O núcleo de ferro da Terra é magnético e, devido ao deslocamento desse núcleo, a Terra começará a se mover para o outro lado.”(3) [...]
“A Terra começará a girar em sentido contrário e os pólos se inverterão!”(4) [...]
“Em conseqüência, a crosta terrestre exterior se soltará, ou seja, ficará ‘flutuando’, sem estar mais presa a seu ‘padrão’. O planeta se inclinará milhares de quilômetros em poucas horas. [...]
Em resumo, o mais horrível dos pesadelos não se igualará a essa destruição.”(5) [...]
“Quando, depois de horas e horas, a onda carregada de partículas declina, o magnetismo do interior da Terra pode se restabelecer. Contudo, os pólos se moverão também porque o que se encontra mais perto do Sol terá sofrido todo o impacto. A crosta terrestre deixará de flutuar, acompanhada novamente de terremotos apocalípticos, com porções de terra desmoronando, uma atividade tectônica desconhecida e vulcões em erupção. Mas então, como se isso não bastasse, virá uma catástrofe ainda maior: com a inércia, o movimento dos oceanos não se deterá e uma onda gigantesca cobrirá a terra. Segundo a antiga tradição, essa onda chegará a ter um quilômetro e meio de altura”.(6)
Claro, como ocorreu com a suposta Atlântida, uma raça de terráqueos sobreviverá e re-inventará uma nova civilização.

A violenta espiritualidade maia

Bem, os maias, apesar de registrarem no seu calendário de “Conta Longa” o dia 22 de dezembro de 2012 como sua última data, nunca falaram em fim do mundo. Entretanto, podemos inferir que este dia, para eles, poderia ser o final de uma era e o início de outra. O fato é que em matéria de espiritualidade os maias não são exemplos para nós.
a) O panteão dos maias:
Nicholas Saunders é pesquisador sobre as civilizações pré-colombianas e escreveu no seu livro Américas Antigas,:
“O mais importante deus masculino era Itzamná (Casa do Lagarto), representado na arte como um homem velho e descrito como a divindade da escrita e do aprendizado.”(7) [...]
Era um deus de múltiplas formas. “Em seu papel de criador do mundo, Itzamná era chamado de Hunab Ku. [...] Itzamná parece ter sido o deus da realeza maia, especialmente em outra de suas formas, o Kinich Ahau, ou Deus Sol.”(8) [...]
“O consorte de Itzamná era Ix Chel (‘Senhor do Arco-Íris’). Durante o período maia clássico, ela estava associada com a Lua. [...] Nessa época, era representada como uma mulher velha tendo cobras no lugar de cabelos e adepta da feitiçaria.(9) [...]
Desenho de um Jaguar pronto para saborear um coração que acabou de ser arrancado de um tórax humano — em Chichén Itzá, México.
Kinich Ahau, o deus Sol, era ou uma divindade própria ou uma das formas de Itzamná. [...] A paixão maia (e ameríndia) pela transformação é revelada pela mudança de forma de Kinich Ahau em Deus Jaguar.(10) [...]
O importante deus da chuva era conhecido como Chac, e também deve ter sido uma divindade singular ou talvez uma manifestação de Itzamná.”(11) No famoso Cenote Sagrado, um poço natural localizado em Chichen-Itzá, México, foram encontrados inúmeros esqueletos de homens, mulheres e crianças vítimas de sacrifício ao deus da chuva.
Muitas outras divindades fazem parte deste panteão.
b) Inimigos eram sacrificados e o sangue entregue aos deuses:
Até a primeira metade do século XX, acreditava-se que os maias fossem um povo pacífico e não violento com os seus conquistados. Porém, com a revelação de um conjunto de murais coloridos nas ruínas da cidade de Bonampak, no México, este conceito mudou totalmente. Hoje, sabemos que a civilização maia tinha como sua forte identidade e legitimidade o derramamento de sangue, a fúria, a selvageria e um implacável requinte de torturas.
Ainda segundo Saunders:
“Para os maias clássicos, nada era tão poderoso como o sangue humano para unir os humanos ao reino sobrenatural.”(12)
As milícias maias foram ensinadas a capturar guerreiros inimigos da linhagem real. Elas tentavam não matar os capturados para que fossem trazidos presos e sacrificados aos deuses.(13)
“Uma interpretação desse tipo de milícia é que, para os maias, o sangue era a liga que unia o Universo, evitando que suas inúmeras partes caíssem em um caos cósmico político e social. Os deuses desejavam sangue e era dever das dinastias maias fornecê-lo em um grande número de rituais. Mais do que tudo, talvez o poder simbólico do sangue santificasse e legitimasse as complexidades do poder político da civilização maia clássica. Como um líquido sagrado, o sangue de indivíduos de alta classe era derramado em ocasiões especiais – para dedicar um novo templo piramidal, para designar um novo herdeiro e para coroar um novo rei. A imaginação dos maias não conhecia limites quando se tratava de inventar maneiras de humilhar, torturar e finalmente sacrificar as suas vítimas.”(14)
c) Os reis eram sumos sacerdotes e divinos:
O historiador e geógrafo americano, Jared Diamond, relatou no seu livro Colapso:
“Na sociedade maia, o rei também funcionava como sumo sacerdote, com a responsabilidade de ministrar rituais astronômicos e de calendário, e assim trazer chuva e prosperidade. O rei alegava ter o poder sobrenatural de trazer chuva e prosperidade por causa de sua confirmada relação familiar com os deuses. Ou seja, havia um acordo tácito quid pro quo: os camponeses sustentavam o estilo de vida luxuoso do rei e de sua corte, alimentavam-nos com milho e carne de veado e construíam os seus palácios porque o rei lhes havia feito grandes promessas. [...] os reis sempre entravam em conflito com seus camponeses no caso de seca, porque isso era equivalente à quebra de uma promessa real.”(15)

Uma boa justificativa para os que não forem arrebatados

Em que a civilização maia, aterrorizada por demônios, era mais espiritualmente evoluída do que a nossa?
Fico a pensar, em que a civilização maia, aterrorizada por demônios, era mais espiritualmente evoluída do que a nossa? Povo pagão, ensopado no caldeirão das trevas, sem qualquer chance de ser liberto pelo sangue redentor de Jesus Cristo.
Segundo alguns filmes, geralmente após grandes cataclismos, uma nobre geração de pessoas espiritualmente mais evoluídas consegue escapar da hecatombe e reiniciar uma nova civilização. Seria supostamente o surgimento de uma raça elitizada e mais desenvolvida.
Por que esta idéia é tão explorada nos filmes? Pasmem! Os ufólogos da Nova Era pregam que após uma grande catástrofe que sobrevirá à Terra, um povo menos evoluído será abduzido por discos voadores para ser reciclado em outro planeta (provavelmente estão se referindo ao Arrebatamento da Igreja de Cristo), enquanto os que ficarem na terrinha gozarão de uma nova ordem mundial. Sensacional justificativa satânica para o Arrebatamento da Igreja e a Tribulação que se seguirá. Sobre este assunto, confira nosso livro A Agenda Secreta .
Quanto a essa história do calendário maia prever o fim do mundo para dezembro de 2012, não se desesperem, pois vem aí o calendário asteca. De acordo com os cálculos astecas (civilização mesoamericana que surgiu mais de um século após os maias), o mundo terminará em 2027. Acredito que antes de chegarmos nesta última data, assistiremos a mais um filme hollywoodiano, desta vez intitulado “2027” com uma iluminada raça ressurgindo dos escombros.
Estamos de fato nos acostumando com essa idéia de falsas datas para “fins do mundo”. No entanto, não devemos perder de vista aquele momento grandioso do único final (e recomeço) do mundo: “Porque, assim como o relâmpago sai do oriente e se mostra até no ocidente, assim há de ser a vinda do Filho do Homem” (Mateus 24:27). Maranata! (Dr. Samuel Fernandes Magalhães Costa - http://www.chamada.com.br)

Bibliografia

  1. Geryl, Patrick, O Código de Órion: O fim do mundo será mesmo em 2012? Editora Pensamento-Cutrix Ltda, São Paulo, SP, 2006, páginas 37-38.
  2. Id, páginas 146-147.
  3. Ibid, página 29.
  4. Ibid, página 33.
  5. Ibid, páginas 33-34.
  6. Ibid, página 31.
  7. Saunders, Nicholas J., Américas Antigas: As Grandes Civilizações. Madras Editora Ltda. São Paulo, SP, 2005, páginas 75-76.
  8. Id, páginas 76-77.
  9. Ibid, página 77.
  10. Ibid, página 77.
  11. Ibid, página 77.
  12. Ibid, página 75.
  13. Ibid, página 81.
  14. Ibid, página 81.
  15. Diamond, Jared, Colapso: Como as sociedades escolhem o fracasso ou o sucesso. Editora Record, Rio de Janeiro, RJ, 2009, sexta edição, página 207.
Samuel F. M. Costa É médico gastroenterologista com parte de sua formação acadêmica nos Estados Unidos. Dr. Samuel Costa é um pesquisador minucioso e há muito tempo se dedica à analise e estudos de idéias controvertidas quanto à fé cristã. Em 1996, lançamos sua primeira obra literária: “A Nova Era: Um Passo Para a Manifestação do ‘Maitreya’ e da Prostituta Babilônia”. Aprofundando-se ainda mais no estudo do esoterismo, escreveu “Os Anos Obscuros da Mocidade de Jesus Cristo”. Samuel Costa reside com sua esposa e filhos na cidade de Recife, no nordeste do Brasil.

29 novembro 2012

NATAL ROMANO


Natal Romano

Lendo as palavras “Natal romano”, alguém poderia pensar no Vaticano e nas antigas tradições relacionadas a ele – ou nos romanos da época de Jesus. Mas não é disso que trata este texto. Ele fala sobre descobertas natalinas na Carta de Paulo aos Romanos...
A Epístola aos Romanos apresenta alguns presentes que recebemos quando Jesus Cristo se tornou homem – presentes que despertam em nós muita admiração. Certa vez recebi um cartão de Natal que dizia:
A época do Natal é uma época de presentes. Em todas as lojas é possível comprar os melhores e mais caros presentes para alegrar os outros. Mas o maior e mais singular presente veio do próprio Deus, quando Ele deu a Si mesmo por nós através de Seu Filho Jesus Cristo. Este presente nunca perde seu valor e sua validade...
Especialmente esta última frase emocionou-me. Em Jesus temos algo que não perde valor nem validade, ao contrário das coisas da vida terrena; na verdade, podemos dizer que o melhor ainda está por vir. No que se refere ao céu, ainda vivemos na época pré-natalina.
Certa vez, C.H. Spurgeon relatou a seguinte experiência pessoal:
Há algum tempo uma jovem, que se dizia mórmon, quis falar comigo. Ela disse que tinha vindo para “me converter”. Obviamente tinha me confundido com alguém. Ainda assim escutei seus argumentos, e depois que ela terminou, eu lhe disse: “Bem, agora que você me explicou como é o seu caminho para o céu, deixe-me também descrever-lhe o meu”. Quando comecei a minha exposição, ela ficou espantada. “O senhor acredita, então, que todos os seus pecados foram perdoados?”. “Mas claro, tenho certeza disto”. “Mas”, continuou ela, “o senhor também acredita que não pode mais se perder novamente?” “Claro que acredito nisto”. “E por isto o senhor tem certeza de que um dia estará diante do trono de Deus – apesar de tudo que ainda pode acontecer? O senhor deve ser um homem feliz”. “Sou mesmo”, respondi, “sou um homem verdadeiramente feliz”. “Bem, então não posso fazer nada pelo senhor. O senhor já tem muito mais do que aquilo que eu posso lhe oferecer”. Com certeza, em Cristo temos algo que ninguém mais pode nos oferecer!

1. Misericórdia em abundância e justiça no mesmo pacote

Porque, se pela ofensa de um só, a morte reinou por esse, muito mais os que recebem a abundância da graça, e do dom da justiça, reinarão em vida por um só, Jesus Cristo” (Rm 5.17).
Reinarão em vida por um só, Jesus Cristo” significa que só conseguimos assumir controle da nossa vida por meio de Jesus, e não por força e esforços próprios. Às vezes uma caixa de presente contém dois objetos que combinam. É isto que acontece aqui: (1) a graça abundante e (2) a justiça.
Em Jesus Cristo temos abundância de graça, ou seja, recebemos graça transbordante. Cada um de nós pode viver na plenitude da graça de Deus, e Ele sempre concede medidas abundantes.
• A abundância da graça: quando algo contém coisas boas, isto é agradável; quando está repleto de coisas boas, é melhor; e quando está repleto a ponto de transbordar, isso é insuperável. Em Jesus Cristo temos abundância de graça, ou seja, recebemos graça transbordante. Cada um de nós pode viver na plenitude da graça de Deus, e Ele sempre concede medidas abundantes. O que diz o salmista? “O meu cálice transborda” (Sl 23.5).
• A justiça. Que tal um vestido ou um terno novo no Natal? E se for de um tecido incomparável, que não existe neste mundo; um tecido que supera qualquer criação de estilistas como Lagerfeld, Hugo Boss ou Armani? Estou falando do manto de justiça feito com o tecido da abundante graça de Deus, cujo estilista é o Criador em pessoa e cujo material é a obra de redenção de Jesus.
A abundância da graça inclui a justiça completa que Deus nos dá, pois, do contrário, graça não seria graça. Não há pecado que Deus não possa nos perdoar em Jesus Cristo. Deus nos dá roupas totalmente novas, envolvendo-nos na veste da justiça do Salvador.
Certa vez recebi a ligação de uma senhora idosa que havia cometido um grande erro em sua juventude. Apesar de já ser filha de Deus há muito tempo, freqüentemente ela era assaltada pelo medo de que este pecado em especial não teria sido perdoado. Mas quem recebeu a justiça de Jesus também recebeu uma vestimenta total e completamente nova. Paulo testifica: “Porque todos quantos fostes batizados em Cristo vos revestistes de Cristo” (Gl 3.27). Na época do apóstolo, o batismo era equiparado à conversão, pois a pessoa era batizada imediatamente após se converter (At 2.38,41; At 8.12,36-38; At 9.18; At 10.47-48).
O que diz o versículo? “Os que receberam a abundância da graça e do dom da justiça” (ou “que receberam graça abundante e o dom da justiça”). A abundância da graça só pode ser recebida como presente, pois é o presente de Natal que Deus deseja dar a todas as pessoas; a salvação em Jesus Cristo é para todos. Mas só aqueles que a aceitam são presenteados.
Portanto, assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também por um só ato de justiça veio a graça sobre todos os homens para justificação e vida” (Rm 5.18). Se o pecado de Adão foi suficiente para que todas as pessoas fossem alcançadas e condenadas por meio dele, da mesma forma o presente da justiça também vale para todos e não apenas para uns poucos escolhidos. É impossível que o primeiro valha para todos e o segundo valha apenas para alguns. Mas no fim só serão justificados aqueles que aceitarem o presente de Jesus Cristo. Quero dar um exemplo:
Um fabricante de sabonetes conversava com um pastor. O fabricante começou a criticar o cristianismo: “Com todo respeito pelo seu empenho, mas sejamos sinceros: o que a Igreja conseguiu fazer nos 2000 anos de sua história? O mundo não melhorou nem um pouquinho por causa da fé cristã. O mal continua dominando e há pessoas más por toda parte”. O pastor limitou-se a indicar um menininho à beira da estrada: “O senhor está vendo esse menino todo sujo? Há décadas que sua empresa fabrica sabonetes, mas ainda existem sujeira e crianças sujas neste mundo”. O fabricante riu: “Bem, sabonetes só fazem diferença quando usados!” Ao que o pastor respondeu: “Exatamente – a fé também!”.

2. Certificado de indulto

Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus. Porque a lei do Espírito da vida, em Cristo Jesus, te livrou da lei do pecado e da morte. Porquanto o que era impossível à lei, visto que se achava fraca pela carne, isso fez Deus enviando o seu próprio Filho em semelhança da carne do pecado, e por causa do pecado, na carne condenou o pecado” (Rm 8.1-3).
Deus nos dá um certificado de indulto! A carne não consegue cumprir a lei. A fraqueza da nossa vida e do nosso corpo nos torna incapazes de viver de forma a nos tornarmos justos diante de Deus. Somos, por natureza, condenados à perdição e caminhamos em direção a ela.
Todo indivíduo possui o medo inato de um dia estar diante de Deus para ser condenado. Por isso, uns tentam eliminá-lO, outros tentam apagá-lO de seus pensamentos, esquecê-lO para não lembrar dEle – algo que ninguém até hoje conseguiu e que ninguém nunca conseguirá fazer.
Há um caminho melhor: podemos receber agora a absolvição e a garantia de que não precisaremos comparecer diante do trono de juízo de Deus. Nosso Advogado, o Senhor Jesus Cristo, providenciou isto. Ele penetra na sua prisão e lhe entrega o certificado do indulto completo.
Nosso corpo nos leva ao fracasso pela transgressão da lei de Deus, mas a transgressão fracassou no corpo de Jesus Cristo (Rm 6.6; 1 Pe 2.24)! Como o pecado foi condenado em Seu corpo santo e justo, o pecador crente em Jesus Cristo não está mais condenado e perdido.

3. O presente da adoção

É maravilhoso não ter mais de encarar a Deus como juiz; recebê-lO ou tê-lO como Pai é insuperável.
Porque não recebestes o espírito de escravidão, para outra vez estardes com temor, mas recebestes o espírito de adoção, pelo qual clamamos: Aba, Pai! O Espírito mesmo testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus; e, se filhos, também herdeiros, herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo; se é certo que com ele padecemos, para que também com ele sejamos glorificados” (Rm 8.15-17).
É maravilhoso não ter mais de encarar a Deus como juiz; recebê-lO ou tê-lO como Pai é insuperável. Lemos freqüentemente a respeito de celebridades que adotam crianças do Terceiro Mundo. Muitos o fazem por amor ao próximo, por terem os meios financeiros, mas certamente há entre eles também os que querem apenas se manter no noticiário e melhorar a sua imagem. Deus o faz porque realmente ama você!
É quase incompreensível, mas verdadeiro: como filhos e herdeiros de Deus, os pecadores salvos estão mais próximos de Deus do que os próprios anjos. Na verdade, os anjos anseiam por contemplar a salvação, o Evangelho da redenção dos filhos de Deus (1 Pe 1.12). Os anjos são espíritos ministradores a serviço dos filhos de Deus (Hb 1.14).

4. O presente da glória

Pois tenho para mim (‘Pois julgo’; ‘Calculo’; ‘Considero’; ‘Concluo’) que as aflições deste tempo presente não se podem comparar com a glória que em nós há de ser revelada” (Rm 8.18).
Outras traduções dizem:
• “...que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada” (Almeida Fiel).
• “...que os nossos sofrimentos atuais não podem ser comparados com a glória que em nós será revelada” (NVI).
Essa descrição fala de condições momentâneas, como sofrimento, doença, perda ou preocupação.
O filho de Deus pode estar cercado de trevas, mas mesmo nestas trevas brilha para ele a clara luz da eternidade.
O Salmo 112.4 diz: “Ao justo, nasce luz nas trevas; ele é benigno, misericordioso e justo”. Ou, como lemos na NVI: “A luz raia nas trevas para o íntegro, para quem é misericordioso, compassivo e justo”. Esta é a grande diferença. O filho de Deus pode estar cercado de trevas, mas mesmo nestas trevas brilha para ele a clara luz da eternidade. A pessoa que não é filha de Deus também está em trevas, sem que possa ver esta maravilhosa luz.
Como está escrito: Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam. Mas Deus no-lo revelou pelo Espírito; porque o Espírito a todas as coisas perscruta, até mesmo as profundezas de Deus. Porque qual dos homens sabe as coisas do homem, senão o seu próprio espírito, que nele está? Assim, também as coisas de Deus, ninguém as conhece, senão o Espírito de Deus. Ora, nós não temos recebido o espírito do mundo, e sim o Espírito que vem de Deus, para que conheçamos o que por Deus nos foi dado gratuitamente” (1 Co 2.9-12). Deus preparou uma glória para os Seus que está oculta às pessoas da atual época. Ela só é dada a quem recebeu o Seu Espírito.
Assim como o espírito de uma pessoa lhe mostra apenas seus próprios pensamentos, sentimentos e desejos e não os de outra pessoa, alguém só poderia conhecer os pensamentos de um terceiro se tivesse o seu espírito. Portanto, apenas o Espírito de Deus conhece os propósitos de Deus na salvação. Mas como Deus dá Seu Espírito aos que crêem em Jesus, estes também conseguem reconhecer o que Deus lhes deu. Tornam-se participantes dos pensamentos de Deus. O espírito deste mundo nunca conseguirá compreender isto.
Precisamos treinar esta visão da glória. Quanto mais nos apropriarmos dela, menos seremos abatidos pelo que nos cerca. “Por isso, não desanimamos; pelo contrário, mesmo que o nosso homem exterior se corrompa, contudo, o nosso homem interior se renova de dia em dia. Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós eterno peso de glória, acima de toda comparação, não atentando nós nas coisas que se vêem, mas nas que se não vêem; porque as que se vêem são temporais, e as que se não vêem são eternas” (2 Co 4.16-18).
Outras traduções dizem: “Por isso, não desfalecemos”, “Por isso, não desmaiamos”, “Por isso não cansamos”, “Por isso não perco o ânimo”. A força para viver que temos por natureza se desgasta; mas a vida que Deus nos dá se renova a cada dia!

5. Presentes adicionais

Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus (ou “colaboram, contribuem, Deus une tudo para nosso bem, servem”), daqueles que são chamados segundo o seu propósito” (Rm 8.28).
Muitas vezes os presentes em si são acompanhados de brindes adicionais, como doces, por exemplo. Normalmente damos menos atenção a estes do que ao presente propriamente dito. Além do grande objetivo da salvação no céu ainda há os “brindes” da redenção, ou seja, inúmeras coisas que desde já cooperam para o nosso bem. Um dia ficaremos espantados com a quantidade de coisas que contribuíram para o nosso bem sem que as tenhamos percebido, observado ou das quais até mesmo nos queixamos.

6. O ilimitado “presente completo”

Um dia ficaremos espantados com a quantidade de coisas que contribuíram para o nosso bem sem que as tenhamos percebido, observado ou das quais até mesmo nos queixamos.
Que diremos, pois, à vista destas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós? Aquele que não poupou o seu próprio Filho, antes, por todos nós o entregou, porventura, não nos dará graciosamente com ele todas as coisas?” (Rm 8.31-32).
Quem poderia nos dar simplesmente tudo? Ninguém! Há pessoas que podem dar muitas coisas, muitos presentes – Herodes estava disposto a dar metade do seu reino – mas ninguém pode dar tudo porque ninguém possui tudo. Só Deus, a quem tudo pertence, também pode dar tudo de presente – e é isso que Ele faz. Ele tem poder para dar tudo a cada um de Seus filhos, sem que isso O torne mais pobre. Paulo escreveu aos coríntios: “Seja Paulo, seja Apolo, seja Cefas, seja o mundo, seja a vida, seja a morte, sejam as coisas presentes, sejam as futuras, tudo é vosso, e vós, de Cristo, e Cristo, de Deus” (1 Co 3.22-23). Certa vez conversei com um homem que conseguia compreender isto e alegrar-se com todos estes presentes: a beleza das montanhas, a decoração de uma mesa ou a arquitetura de um edifício, etc. O testemunho dele me deixou maravilhado.
William MacDonald escreveu:
Agora que Deus já nos deu o maior de todos os presentes, Ele por acaso reteria algum dos presentes menores? Se o preço maior já foi pago, terá Ele receio de pagar preços menores? Tendo Ele se esforçado tanto para nos salvar, será que Ele nos largará novamente? “Não nos dará graciosamente com ele todas as coisas?”.
Mackintosh disse:
A linguagem da descrença fala: “Como Ele poderá?” A linguagem da fé diz: “Como Ele não poderá?”.
Permita que Deus o presenteie: o Natal está por toda parte! (Norbert Lieth -http://www.chamada.com.br)

19 novembro 2012

ADULTÉRIO


Adultério: Crente Não Cai Nesse Pecado

Várias pesquisas realizadas no Brasil indicam que a grande maioria dos homens e 50 a 60% das mulheres têm praticado ou praticam o adultério ou, como se diz na linguagem mais em uso, “transam” com pessoas que não são sua esposa ou seu marido. Com a ênfase dada ao sexo na TV, no cinema, na literatura, e até nas instituições de ensino, chegando ao extremo da obsessão, não é de se admirar que o homem secular, sem a convicção espiritual e os princípios da Palavra de Deus, caia nesse pecado.
O crente em Cristo, porém, não cai nesse pecado. Ele entra nele aos pouquinhos. Isso porque não observa a sinalização que o adverte do perigo. Faz vista grossa a esses sinais porque, embora não deseje precipitar-se no abismo da desgraça da imoralidade, quer sentir pelo menos um pouco a gostosura dos seus prazeres. Assim, avançando sinal após sinal, deixa a vida pegar embalo no caminho errado até ao ponto de não conseguir mais fazer a manobra de frear para evitar o desastre. Diz, então, que “caiu no pecado”, quando este, de fato, há tempo já estava no seu caminho.
O primeiro sinal é falta de carinho e afeto na conversa e relacionamento cotidianos com o cônjuge. A comunicação começa a limitar-se a frases como: “Tive um péssimo dia no escritório hoje”; “Já pagou a conta do dentista?”, ou, pior ainda: “Você já gastou todo o dinheiro que lhe dei no mês passado?”; “Se você não comprar logo uma geladeira nova, eu simplesmente vou parar de cozinhar”.
Quando você percebe que é difícil conversar com sua esposa ou seu marido com aquela linguagem carinhosa que usava durante o namoro, tome cuidado – é um dos primeiros sinais de perigo.
Perto desse sinal vem outro: a falta de conversa sobre assuntos espirituais, a leitura da Bíblia em conjunto e a oração com a esposa. Quando essas coisas não fazem parte da vida conjugal, é um sinal de alerta. Prosseguindo nesse caminho pode haver adultério mais adiante.
Há mais sinais. Quando você começa a compartilhar os problemas de relacionamento no lar com algum amigo ou amiga do sexo oposto, você está aproximando-se mais do perigo. Freqüentemente essa outra pessoa tem problemas também, e está disposta a ouvir, a conversar e demonstrar simpatia, o que gera ainda mais intimidade.
Não demora muito para que aconteça o “toque inocente”. O patrão põe a mão no ombro da sua secretária ao pedir que ela digite uma carta; ela encosta seu corpo ligeiramente no dele ao entregar a carta pronta, depois um abraço fraternal, um beijinho no rosto. Você argumenta que não há nada de errado nisso, que é apenas amizade.
Quando você percebe que é difícil conversar com sua esposa ou seu marido com aquela linguagem carinhosa que usava durante o namoro, tome cuidado.
Aos poucos vocês estão gastando mais tempo juntos. “Acontece” que saem para o almoço na mesma hora e “por que não almoçarem juntos”? Ela precisa pegar o metrô para ir para casa; “por que não levá-la no seu carro?” Você precisa trabalhar duas horas extras para terminar o projeto, e ela, sendo boa amiga, fica também para ajudar. Se parar um pouco para pensar, você perceberá que tem prazer na companhia dela ou dele. Não, vocês não estão dormindo juntos mas estão em grande perigo. Nessa altura, o sinal é um luminoso vermelho piscando a todo vapor.
Se você não retroceder, haverá um envolvimento emocional que provavelmente o arrastará para a fossa fatal do adultério. E com amargura de coração você dirá – “Caí no pecado”. Não, você não caiu... você entrou nele aos pouquinhos.
O pastor Charles Mylander, num artigo publicado no periódico “Moody Monthly”, sugere três áreas onde é preciso aumentar o controle para evitar ser arrastado ao pecado do adultério:

Primeiro: Controle da mente

Adultério, como a maioria dos pecados, começa na mente. O crente em Cristo precisa levar“cativo todo pensamento à obediência de Cristo” (2 Co 10.5). O apóstolo Paulo exorta o cristão a uma transformação “pela renovação da... mente” (Rm 12.2), e Jesus Cristo, no Sermão da Montanha, disse: “Qualquer que olhar para uma mulher com intenção impura, no coração, já adulterou com ela” (Mt 5.28).
A porta principal da mente são os olhos. E nessa área de imoralidade o homem, muito mais que a mulher, precisa desenvolver o controle a fim de ter uma mente pura. O homem que permite aos seus olhos o prazer de assistir aos programas de TV que apelam para sexo a fim de obter mais IBOPE (e são muitos); que toma tempo para folhear revistas como “Playboy”, que deixa seus olhos analisarem o corpo das mulheres para uma avaliação sexual, logo vai perder a primeira batalha contra a tentação. Sua mente vai QUERER o adultério, e este querer só espera a oportunidade para se realizar com a experiência.
A mulher também precisa praticar o controle. Talvez mais na maneira de vestir-se do que pelo olhar. É interessante que a Bíblia exorta a mulher a vestir-se com modéstia, bom senso, etc., e não o homem, isso porque a mulher não é tão facilmente levada à tentação sexual pelos olhos como o homem. Mas a mulher que é indiscreta na maneira de vestir-se, sem dúvida, é cúmplice do diabo na tentação ao homem. A admoestação da Bíblia de “glorificar a Deus no vosso corpo” (1 Co 6.20), com toda a certeza inclui o cuidado que cada mulher precisa ter em não provocar a concupiscência, revelando a beleza do seu corpo, seja por falta de roupa adequada ou pelo uso de roupa colante. Argumentar que “está na moda” não mudará em nada a opinião do Autor das Sagradas Escrituras.

Segundo: Controle de palavras

A porta principal da mente são os olhos. E nessa área de imoralidade o homem, muito mais que a mulher, precisa desenvolver o controle a fim de ter uma mente pura.
O homem casado, ou a mulher casada, jamais devem usar as palavras carinhosas de amor no trato com outras pessoas além do cônjuge. Nunca compartilhe problemas de casa com amigos do sexo oposto. E não procure conselho com alguém que tenha seus próprios problemas. Quem é perdedor dificilmente ajudará outro a ganhar. Ao encontrar problemas sem solução, procure conselho com alguém que descobriu a fórmula para constituir uma família feliz e vive essa felicidade no lar. Muitos adultérios tiveram o seu início na intimidade da “sala de aconselhamento”.

Terceiro: Controle de toque

Homens, não ponham suas mãos noutra mulher a não ser a sua própria esposa. E, mulheres, não conversem com o homem em “Braille”. O prazer da intimidade física é algo que Deus reservou para a santidade do casamento. Sexo antes ou fora do casamento sempre contamina o sexo no casamento, e o contato físico é um prazer que leva à consumação do desejo dessa intimidade. É preciso avaliar sinceramente se os abraços e beijos que damos e recebemos são uma expressão de estima recíproca ou um prazer “inocente” que podemos desfrutar sem compromisso. Deus reconhece o nosso desejo de intimidade, mas não aprova tal intimidade fora do casamento. “Por causa da impureza, cada um tenha a sua própria esposa, e cada uma, o seu próprio marido” (1 Co 7.2).
O conselho de Salomão ainda é válido: “Bebe a água da tua própria cisterna e das correntes do teu poço... alegra-te com a mulher da tua mocidade... e embriaga-te sempre com as suas carícias... O que adultera com uma mulher está fora de si; só mesmo quem quer arruinar-se é que pratica tal coisa” (Pv 5.15,18-19; 6.32). (Haroldo Reimer - http://www.chamada.com.br)

31 outubro 2012

OS GRANDES REINOS DO MUNDO


Os Grandes Reinos do Mundo

É uma experiência fantástica! Todos os presentes ficam em pé à medida que a melodia triunfante do “Coro de Aleluia” invade o auditório:
Aleluia! Aleluia! Aleluia!
Pois o Senhor onipotente reina...
O reino deste mundo
Se tornou o reino do Senhor e do Seu Cristo...
E Ele reinará para sempre...
Rei dos reis! E Grande Senhor!
Aleluia!
O clímax do Messias de Georg Friedrich Händel, extraído do último livro da Bíblia, descreve oevento mais significativo nas profecias: a revelação de Jesus Cristo. O apóstolo João escreveu as palavras, e elas ampliam uma profecia do Livro de Daniel, o qual apresenta o esboço da progressão da história humana, que culmina no mesmo glorioso evento.
No ano 605 a.C., Nabucodonosor invadiu Jerusalém. Tendo recebido a notícia que seu pai, Nabopolasar, havia morrido, ele voltou à Babilônia para assumir o trono, levando consigo utensílios saqueados do Templo e também um seleto grupo de jovens judeus cativos. Daniel estava entre eles. Esta foi a primeira deportação. A última terminou em 586 a.C., com a destruição de Jerusalém e do Templo que o rei Salomão havia construído.
Na Babilônia, Daniel serviu a Deus com toda a dedicação. Ele demonstrava uma sabedoria tamanha que conquistou um lugar de proeminência que durou o tempo do reinado de vários reis, prolongando-se além da época do Império Babilônico. Não nos surpreende que Deus tenha confiado a ele a sinopse da história do mundo, uma vez que ele era “muito amado por Deus” (Dn 9.23; Dn 10.11,19).
Logo depois de chegar à Babilônia, Daniel interpretou o sonho problemático de Nabucodonosor a respeito de uma grande imagem com a cabeça de ouro, peito e braços de prata, abdômen e coxas de bronze, pernas de ferro e pés de ferro e de barro (Dn 2.21-35). Enquanto o rei a observava, uma pedra esmagou os pés da imagem, fazendo aquele colosso se despedaçar no chão.
Daniel explicou que a cabeça de ouro representava a Babilônia. Depois se seguiram três impérios gentílicos sucessivamente inferiores, que finalmente foram transformados em pó e espalhados pelo vento.

Os Três Primeiros Animais

Aproximadamente 50 anos mais tarde, Daniel teve um sonho que se assemelhava ao sonho de Nabucodonosor. De dentro de um mar turbulento e agitado emergiram quatro animais correspondendo aos quatro reinos do sonho de Nabucodonosor. Os dois sonhos enfatizam os mesmos impérios mundiais. Vistos de uma perspectiva humana, escreveu o estudioso da Bíblia John Walvoord, parecem “gloriosos e impositivos”; mas, do ponto de vista divino, as características dominantes são “a imoralidade, a brutalidade e a depravação”.[1]

Leão

O primeiro animal era como um leão, tinha asas de águia, e é quase que universalmente reconhecido como a Babilônia (Dn 7.4; cf. Jr 49.19-22). Enquanto Daniel olhava, as asas foram arrancadas, limitando seu potencial para futuras conquistas (Dn 7.4).[2] Ele foi“levantado da terra e posto em dois pés, como homem; e lhe foi dada mente de homem” (v.4).Muitos crêem que isso se refere ao tempo em que Deus julgou Nabucodonosor por seu orgulho, fazendo-o ficar como um animal durante sete anos. Ele emergiu com uma nova atitude diante de Deus (Dn 4.36).

Urso

Movendo-se com dificuldade pela praia atrás do leão com asas, estava uma criatura“semelhante a um urso, o qual se levantou sobre um de seus lados; na boca, entre os dentes, trazia três costelas” (Dn 7.5). O urso lento e desajeitado com um apetite voraz representa acuradamente o Império Medo-Persa. Grande e poderoso, ele conquistava através da “força dos números, por meio de uma capacidade elástica de absorver as causalidades”.[3] O urso levantado sobre um de seus lados parece indicar a crescente dominação da Pérsia, que finalmente absorveu os medos.[4]
As costelas entre os dentes do urso representam três reinos que ele devorou; são provavelmente o reino da Lídia, que caiu sob o poder de Ciro em 546 a.C.; o Império Caldeu anexado em 539 a.C.; e o Império Egípcio dominado sob o poder de Cambises em 525 a.C.[5] Ao urso foi dito: “Levanta-te, devora muita carne” (Dn 7.5).
Em outra das visões de Daniel, o império é retratado como um carneiro com um chifre mais alto do que o outro, que “dava marradas para o ocidente, e para o norte e para o sul; e nenhum dos animais lhe podia resistir” (Dn 8.4).

Leopardo

A próxima criatura que surgiu da arrebentação era “semelhante a um leopardo, e tinha nas costas quatro asas de ave; tinha também este animal quatro cabeças, e foi-lhe dado domínio” (Dn 7.6). A velocidade do leopardo, acelerada por quatro asas, caracterizava com precisão os exércitos da Grécia comandados por Alexandre o Grande, que conquistou o mundo em aproximadamente uma década. A história mostra que logo após sua morte, em 323 a.C., o Império Grego foi dividido em quatro partes, entre Antípater (que foi sucedido por Cassandro), Lisímaco, Seleuco e Ptolomeu.[6]
Na visão subseqüente, o Império Grego é representado por um bode com um grande chifre que é quebrado e substituído por quatro chifres notáveis (Dn 8.5,8,21). Depois, de um dos quatro chifres, surgiu um pequeno chifre, historicamente personificado por Antíoco IV, que governou a Síria de 175 a 164 a.C. (v.9). Buscando helenizar Israel, ele baniu o judaísmo, sacrificou um porco no altar do Templo, e erigiu uma estátua de Zeus nos átrios do templo. Essa estátua tinha a aparência do próprio Antíoco. O Templo foi mais tarde retomado e novamente dedicado a Deus, como Daniel profetizou (v.14).

A Besta Terrível

O último animal que emergiu do mar era “terrível, espantoso, e sobremodo forte, o qual tinha grandes dentes de ferro; ele devorava e fazia em pedaços, e pisava aos pés o que sobejava; ... e tinha dez chifres” (Dn 7.7). Sem possuir nenhum equivalente no mundo animal, esse monstro simboliza “um poder mundial singularmente voraz, cruel e também vingativo”.[7]
Segundo Walvoord: “O Império Romano foi sem escrúpulos e implacável na destruição de civilizações e povos, matando cativos aos milhares ou vendendo-os como escravos às centenas de milhares”.[8]
Nada na história até hoje equivale à descrição: “Os dez chifres correspondem a dez reis que se levantarão daquele mesmo reino” (v.24). Como os artelhos no sonho de Nabucodonosor, os dez chifres indicam uma futura coalizão de governadores que existirão contemporaneamente.
Enquanto Daniel olhava, ele viu “que, entre eles subiu outro chifre pequeno, diante do qual três dos primeiros chifres foram arrancados; e eis que neste chifre havia olhos, como os de homem, e uma boca que falava com insolência” (v.8). Não devendo ser confundido com o “pequeno chifre” associado ao Império Grego, o chifre de Daniel 7.8 emerge depois de haver deposto três governadores e representa o ditador mundial final (cf. Dn 7.24-25; Dn 11.36-45; 2 Ts 2.3-8; Ap 13.1-8).[9] Sob sua liderança, o Império Romano ressurge refletindo seu caráter enganoso, blasfemo e implacável.
Exigindo que o mundo o adore e destruindo todos os que se recusam a se sujeitar, esse líder mundial final é o Anticristo. Ele concentrará sua hostilidade contra o povo judeu, resultando em “grande tribulação, como desde o princípio do mundo até agora não tem havido e nem haverá jamais” (Mt 24.21).
Uma moeda de bronze, cunhada após a destruição de Jerusalém ocorrida em 70 d.C. Na frente/cara vê-se um retrato do imperador romano Vespasiano; no verso/coroa, vê-se a inscrição latina “Judea Capta”, que significa “A Judéia está vencida”.
Alarmado, Daniel ficou olhando até que viu“que o animal foi morto, e o seu corpo desfeito e entregue para ser queimado” (Dn 7.11), fazendo um paralelo com a revelação do apóstolo João na qual “a besta foi aprisionada (...) [e ela, juntamente com o falso profeta,] foram lançados vivos dentro do lago de fogo que arde com enxofre” (Ap 19.20).
O Anticristo será o primeiro habitante do Lago de Fogo, e sua destruição põe fim à dominação gentílica do mundo.
O Messias, representado pela pedra que “foi cortada sem auxílio de mãos” no sonho de Nabucodonosor, então estabelecerá Seu reino, como descrito por Daniel: “Eu estava olhando nas minhas visões da noite, e eis que vinha com as nuvens do céu um como o Filho do Homem, e dirigiu-se ao Ancião de Dias, e o fizeram chegar até ele. Foi-lhe dado domínio, e glória, e o reino, para que os povos, nações e homens de todas as línguas o servissem; o seu domínio é domínio eterno, que não passará, e o seu reino jamais será destruído” (Dn 7.13-14).
Naquele momento, “o reino do mundo [se tornará] de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará pelos séculos dos séculos” (Ap 11.15). Aleluia! (Charles E. McCracken - Israel My Glory - http://www.chamada.com.br)

Notas:

  1. John Walvoord, Daniel: The Key to Prophetic Revelation [A Chave Para a Revelação Profética] (Chicago: Moody Press, 1971), 151.
  2. Albert Barnes, Notes on the Old Testament [Notas Sobre o Antigo Testamento], “Daniel” (Grand Rapids, MI: Baker Book House, 1980), 47.
  3. Will Durant, Our Oriental Heritage [Nossa Herança Oriental] (New York: Simon and Shuster, 1954), 360.
  4. Walvoord, 156.
  5. Frank E. Gabelein, Ed., Expositors Bible Commentary [Comentário Bíblico de Expositores] (Grand Rapids: Zondervan, 1985), 7:86.

26 outubro 2012

PMs de Cristo vão orar contra morte de colegas



SÃO PAULO - Cerca de cinco séculos antes de Cristo, Neemias chegou a Jerusalém e encontrou uma cidade em estado lastimável. As muralhas estavam danificadas e ele se prontificou a reconstruí-las, aumentando a segurança local. Sua história foi contada no Livro de Neemias do Velho Testamento e o personagem bíblico tornou-se símbolo dos Policiais Militares de Cristo, grupo de oficiais e praças evangélicos de diversas denominações.
FONTE estadão sp

Policiais Militares de Cristo em uma das sessões de reza - JOSÉ PATRÍCIO/ESTADÃO
JOSÉ PATRÍCIO/ESTADÃO
Policiais Militares de Cristo em uma das sessões de reza
Na tarde de ontem, a história de Neemias foi resgatada como metáfora para o momento atual, marcado por medo e ataques contra PMs feitos por integrantes do Primeiro Comando da Capital. Neste ano, 85 policiais militares foram assassinados - mais da metade em execuções. Em uma sala do quartel-general da corporação, policiais oraram de mãos dadas pedindo proteção para ter equilíbrio neste momento de tensão.
"A PM representa as muralhas da cidade e precisa ser reerguida. A oração pode ser um começo para esse resgate da segurança. Sem muro a cidade não funciona. Sem polícia também não", afirma o tenente-coronel Alexandre Marcondes Terra, vice-presidente dos PMs de Cristo e da Coordenadoria dos Conselhos de Segurança.
As orações dos PMs de Cristo representavam o começo da campanha para garantir que nos próximos 52 dias pessoas se comprometam a pedir a Deus pelos policiais de São Paulo nas dez regiões do interior, na capital e na Grande São Paulo. Segundo o coronel Terra, 52 dias são o mesmo período que Neemias levou para reerguer os muros de Jerusalém.
Para angariar simpatizantes à causa, os PMs de Cristo estão usando as redes sociais e a internet. Eles dispararam tweets e mensagens no Facebook para organizar uma agenda com horários e dias em que fiéis de cada cidade do Estado se comprometem a orar.
A intenção é ter pessoas rezando pela polícia 24 horas por dia ao longo de quase dois meses. Será preciso, por exemplo, encontrar alguém disponível a acordar às 3h30 da manhã no Vale do Paraíba, assim como em outras 11 regiões do Estado durante todos os segundos do dia.
Reflexão. O coronel Terra diz que a tensão atual e a morte de PMs é a razão principal do esforço. Mas se engana quem imagina que o oficial não olha para a atual situação com olhar crítico. "A oração também é para ajudar o policial militar a refletir como tem se portado como homem e profissional. Também devemos olhar para aqueles policiais que perderam os valores defendidos pela corporação", explica.
Terra afirma que ficou muito chocado com a morte de Joel Juvêncio da Silva, em 9 de setembro, na frente dos familiares, quando voltava de um culto evangélico na zona sul. "Pedimos os nomes dos PMs mortos para a corregedoria e queremos prestar auxílio à família." / B.P.M.

22 outubro 2012

Chacoalhada nas estatais elétricas




Chacoalhada nas estatais elétricas
CALDAS, Suely. “Chacoalhada nas estatais elétricas”. O Estado de S. Paulo.
São Paulo, 14 de outubro de 2012.
Depois de dois apagões que deixaram às escuras Estados do Sul, Sudeste,
Norte e Nordeste do Brasil, o governo federal anuncia mudanças na gestão da
principal subsidiária da Eletrobrás, a Furnas Centrais Elétricas.
Além de tirar do comando diretores e gerentes que servem aos partidos
políticos e substituí-los por profissionais do mercado, a presidente Dilma
Rousseff quer acelerar um plano de reestruturação da estatal que inclui
demissão de funcionários e mudanças em atribuições de diretorias.
Vai fazer com Furnas o que fez com a Petrobrás: desfazer o loteamento político
construído pelo ex-presidente Lula. Nos cargos de comando, é provável que
consiga, se não de uma só vez, pelo menos gradativamente. Será mais difícil,
demorado e, talvez, impossível desidratar funções intermediárias povoadas por
sindicalistas e companheiros petistas. Mas a profissionalização da direção de
Furnas é um bom e bem-vindo começo.
A chacoalhada de Dilma nas estatais elétricas inclui também proibir empresas
com obras atrasadas da participação em leilões de novas linhas de
transmissão, o que excluirá da próxima licitação, prevista para novembro, as
três geradoras gigantes do Grupo Eletrobrás: Furnas, Companhia Hidrelétrica
do São Francisco (Chesf) e Centrais Elétricas do Norte do Brasil (Eletronorte).
O atraso nas obras chegou a uma situação tão absurda que, no Nordeste, há 32
novas usinas eólicas paralisadas, sem gerar energia, porque a Chesf não
entregou as linhas de transmissão no prazo previsto em contrato. O atraso geral
pode ser avaliado pela evolução do programa de investimentos em 2012: de R$
10,2 bilhões de investimentos previstos, as empresas do Grupo Eletrobrás só
aplicaram 29,6% (R$ 3,04 bilhões) até agosto.

Desde os tempos dos governos militares o modelo de gestão do setor elétrico
estatal é comparável a um feudo, comandado por algum político, que distribui
cargos, favorece amigos e usa as empresas para obter vantagens, favores e
financiamento de campanhas eleitorais. Nos anos 1970 e 1980, a empresa-mãe
Eletrobrás era dominada pelo ex-senador baiano Antonio Carlos Magalhães
(ACM), que atuava em parceria com governadores das áreas de influência das
subsidiárias. Por muitos anos quem mandou na Eletronorte foi o ex-governador
do Pará Jader Barbalho; em Furnas, os governadores de Minas Gerais; na
Chesf, o próprio ACM; e na Eletrosul, governadores do Paraná.
Com a morte de ACM, o atual presidente do Senado, José Sarney, herdou o
espólio do setor elétrico e o poder de nomear dirigentes para as empresas. Até
mesmo o atual presidente de Furnas, o engenheiro Flavio Decat, quadro técnico
da confiança de Dilma, passou pelo crivo de Sarney.

O ex-presidente Lula vestiu com perfeição esse figurino e saiu loteando cargos
entre partidos aliados, em proporção jamais vista na história elétrica do Brasil.
Começou em 2004, quando demitiu o engenheiro Luiz Pinguelli Rosa da presidência da Eletrobrás e o substituiu por Silas Rondeau, com a bênção de
José Sarney. E partiu para as subsidiárias, nomeando indicados que ali
estavam para servir e favorecer os interesses de seus partidos. Em Furnas,
Dilma conseguiu neutralizar a longa influência do PMDB do Rio de Janeiro e
colocou no comando Flavio Decat, que acaba de anunciar um plano de
demissão voluntária para enxugar excessos de funcionários e adequar a
empresa à nova realidade de queda de receita, com a redução de tarifas, a
partir de fevereiro de 2013. Mas Decat tem encontrado dificuldades para mudar
vícios e defeitos estruturais em Furnas. Pior será quando a faxina alcançar a
Chesf e a Eletronorte, onde há décadas a influência dos políticos locais está
enraizada.
Mensalão. "Acho estranho e muito, muito grave, que alguém diga 'houve caixa
2'. Caixa 2 é crime, é agressão contra a sociedade brasileira. Mesmo que
tivesse sido isso, não é pouco. É grave, porque parece que ilícito no Brasil pode
ser realizado e tudo bem" - nesses quase dois meses de julgamento do caso
mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF), um dos momentos mais lúcidos
e oportunos ficou registrado nesse trecho do voto da ministra Cármen Lúcia, ao
reprovar a defesa de Delúbio Soares, que admitiu o crime de caixa 2
esperando, com isso, conseguir absolver o seu cliente.
A banalização e a tolerância com a corrupção marcaram o estilo de governar do
ex-presidente Lula. Os partidos aliados pediam e conseguiam cargos e verbas
em troca de apoio político ao governo. E, quando o titular do cargo era flagrado
em desvio de dinheiro público, recebia de Lula carinho, compreensão, abraço
fraterno. A começar pelo delator do mensalão, Roberto Jefferson, em favor de
quem Lula disse que assinaria um cheque em branco.
O setor elétrico não foi o único. Todas as estatais, incluindo a Petrobrás
(lembram do deputado Severino Cavalcanti pedindo "aquela diretoria que fura
poço e encontra petróleo"?), ministérios e órgãos públicos passaram a ser
comandados por políticos. Como se fosse algo banal, corriqueiro e necessário
para a governabilidade.
Ora, se a corrupção e o desvio de dinheiro público são tolerados, permitidos,
por que não o caixa 2, que apenas financia campanhas eleitorais? Assim
raciocinam Lula, o PT e a defesa de Delúbio Soares, a quem caberia estar
atento à lei, e não dela desdenhar.A ministra Cármen Lúcia cuidou de lembrá-lo de que caixa 2 é crime previsto
em lei, um ilícito que deve ser punido, não ignorado ou perdoado como coisa
menor. Portanto, não esperasse o advogado da mais alta Corte do País
cumplicidade para seu esdrúxulo raciocínio.
Concessões. Amanhã é o prazo final para as empresas elétricas manifestarem
interesse pela renovação das concessões de seus contratos que vencem entre
2015 e 2017. Provavelmente, todas irão responder positivamente, porque a
decisão pode ser revista mais adiante. Mas Furnas, Chesf, Eletronorte, a
Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) e a Companhia Energética de
São Paulo (Cesp) estão apreensivas.
Além da falta de dados numéricos com que trabalha o governo e que têm efeito
na tarifa, a Medida Provisória n.º 579 está longe de ser aprovada pelo
Congresso Nacional, criando insegurança jurídica. A queda da tarifa na conta
de luz é muito bem-vinda, mas o governo precisa dialogar com as empresas
para que não haja cancelamento de investimentos e evitar mais apagões no
futuro. fonte :CALDAS, Suely. “Chacoalhada nas estatais elétricas”. O Estado de S. Paulo.
São Paulo, 14 de outubro de 2012.